Alguns anónimos sentiram-se incomodados com o post anterior, achando que aos Tunalhos, sendo “pessoas formadas” – nisso tenho algumas dúvidas, mas pronto – não lhes ficava bem “piadinhas” deste género. Fico com a sensação que “tocar”, salvo seja, ainda que de forma humorística, nos assuntos relacionados com “mariquices” torna-se muito “sensível”, literalmente, embora a expressão seja muito usada no dia-a-dia, em tom jocoso, quando se diz a alguém: “deixa-te de mariquices e vamos ao que interessa”.
Então vamos lá ao que interessa. As liberdades individuais, que todos defendem, podem abranger:
- A defesa do casamento entre pessoas do mesmo sexo;
- A liberdade de opinião, para muitos, de considerar o assunto menos prioritário, face a outros, ainda que possam concordar, ou não, com a proposta;
- A liberdade, para outros, de usar a temática como objecto de humor.
No post anterior não se vislumbra qualquer sentido contra ou a favor da proposta, mas sim uma sátira sobre a prioridade do assunto em termos de debate no nosso país, com a (in)feliz coincidência de que, no caso concreto, e na minha “malévola” e “preconceituosa” opinião, o assunto ser literalmente uma “mariquice”. Poderia ser um outro assunto qualquer, pouco prioritário e ser também uma “mariquice”?! Poder, podia, mas não era a mesma coisa.
Agora se a lei fosse mais longe… a coisa já mudaria de figura, senão vejamos:
Tive conhecimento de que um homem vive numa pequena comunidade em poligamia com duas mulheres. Já toda a comunidade tem conhecimento da situação, tolera, aceita e até confraterniza com o trio. São coisas dos novos tempos… “modernices”. O sonho dele era haver uma lei que legalizasse o casamento polígamo para salvaguardar as suas liberdades e os direitos, assim como os de quem ama. Aliás, o irmão de uma das mulheres, que é homossexual e podre de rico, dá-se muito bem com o homem que não se importava de formalizar um casamento a quatro. Assumindo um verdadeiro espírito comunitário, não será inverosímil pressupor que todos os habitantes da comunidade, pelo menos as pessoas solteiras e viúvas, se queiram casar em conjunto. Ora um casamento possível nestes termos era capaz de movimentar consideravelmente a economia, o emprego e a vida de uma comunidade inteira. À consideração dos nossos políticos.
P.S. – É que eu sou muito “sensível”, nestas coisas de defesa dos direitos e dos novos valores sobre a família no contexto da modernidade. São “mariquices” minhas!