segunda-feira, 26 de junho de 2006

Como se espreme uma laranja!







Sofrer até ao fim!












Maniche do "caraio"!

















Vai lá buscá-la Van!

quinta-feira, 22 de junho de 2006

O verdadeiro risco da nossa selecção

Já encomendei uns móveis novos em Paços de Ferreira e já comprei uns computadores para toda a família na Feira Popular porque acredito que vamos ser campeões e o dinheiro ser-me-á devolvido. Por isso, caros amigos, se a selecção por qualquer motivo não ganhar o mundial, moverei um processo-crime individualmente ao seleccionador e a todos os jogadores. Caso isso não dê nada, sou homem para abater o 1º jogador que me aparecer pela frente (Cuidado, Pauleta...vens cá de férias né?! A não ser que a tua escola de futebol me financie a despesa!...)

El Greco

terça-feira, 6 de junho de 2006

Regras para o período do mundial que se avizinha

À atenção de todas as mulheres

1. Do dia 9/6 até dia 9/7 2006, devem ler a secção desportiva dos jornais para se informarem do que se passa. Caso contrário, não poderão juntar-se às conversas. Caso não o façam, serão olhadas de uma forma negativa ou até mesmo completamente Ignoradas. NÃO SE QUEIXEM se não receberem qualquer tipo de atenção.
2. Durante o CAMPEONATO, a televisão é nossa, 24 horas, sem qualquer excepção.Se olharem mesmo de relance para o Comando da TV, correm o risco de perder 1 olho.
3. Passar em frente à TV durante um jogo é permitido, desde que seja a rastejar pelo chão, sem causarem distracções. Caso pensem em se colocar nuas em frente à TV, seria melhor vestir qualquer coisa. Se apanhanharem uma constipação, não teremos tempo de as levar ao médico durante este período.
4. Durante os jogos, seremos cegos surdos e mudos, com excepção de vos pedirmos para nos chegarem uma cerveja fresca ou qualquer coisa para comer. Não pensem sequer que vos vamos ouvir, nem peçam para abrir a porta, atender o telefone o Ir buscar o bebé que caiu do berço. Isso não vai acontecer.
5. Seria uma boa ideia vocês guardarem 1 ou 2 dúzias de bjecas bem frescas e em permanência e sempre qualquer coisa para petiscar, e também uma cara sempre bem disposta para os amigos que venham lá a casa ver os jogos. Em troca, poderão usar a TV entre a Meia-noite e as 6 da manha, com a excepção de retransmitirem algum jogo durante esse período.
6. POR FAVOR, caso nos vejam de trombas porque a selecção esta a perder (Improvável) NUNCA digam, "deixa lá, ganham para a próxima". Correm sérios riscos. Palavras de encorajamento nesta altura são contraproducentes,
7. São sempre bem vindas para se sentarem ao nosso lado durante UM jogo e para falarem connosco durante os intervalos, mas apenas durante os anúncios e apenas se o resultado nos agradar. Atenção que dissemos UM jogo e assim sendo não usem a desculpa do Campeonato, para passarmos algum tempo de qualidade juntos.
8. Ao contrario do que julgam, as repetições dos golos SÃO muito importantes. Não interessa se os vimos ou não vimos. Queremos vê-los outra vez e de preferência muitas vezes.
9. Seria de toda a conveniência as Amigas não terem filhos durante este tempo ou não agendarem qualquer evento social durante este período, porque:
A ) não poderemos irB ) não iremos eC ) não vamos.
MAS caso o marido dessa amiga nos convide a ir assistir um jogo lá em casa, é como se já lá estivéssemos.
10. As reportagens, debates e entrevistas durante o Campeonato, são tão importantes como o jogo em si. Não pensem sequer em dizer "já não viste esta po### , porque não mudas de canal para vermos qualquer coisa todos juntos?". A resposta será: "Por favor ver a regra numero 2 desta lista."
11. Por favor guardem a frase "Graças a Deus o campeonato só é de 4 em 4 anos". Somos imunes a este tipo de pressões. Não se esqueçam que temos o Campeonato Nacional, a Taça, a Liga dos Campeões, a UEFA, o Chelsea do Mourinho, a Liga espanhola, a Italiana, etc.
12. Será oportunamente comunicado se estas regras serão aplicáveis a outras competições e modalidades.
Antecipadamente gratos pela vossa colaboração.
Com os melhores cumprimentos,
Homens do Mundo
P.S. - Não é da nossa autoria, chegou-nos por mail, mas achamos que temos o direito e o dever de divulgar!

sexta-feira, 2 de junho de 2006

Estatuto da Carreira Doente

Ficámos a saber que está a decorrer o recenseamento obrigatório de equídeos, portanto de cavalos, muares e burros. Ora, se relativamente aos cavalos é bem provável que, por via da sua educação, estatuto e nobreza, seja fácil o recenseamento, o mesmo não se pode afirmar quanto aos muares e burros. É que há muitos que não sabem que o são – são burros, né? – e depois, em virtude dos handicaps ao nível da sua formação escolar - e por serem tapados e teimosos como alguns políticos -, não saberão qual o caminho a tomar…















1 - Estamos de acordo com a Sra. Ministra da Educação, quando diz que o trabalho dos professores "não se encontra ao serviço dos resultados e das aprendizagens, sendo uma classe que não tem como objectivo o sucesso educativo dos alunos” –, assim um pouco à semelhança do trabalho da Sra. Ministra – não querendo com isto elogiá-la. Conclusão: são uns sádicos estes professores! “Que os docentes não são orientados para os casos difíceis”, é bem verdade, pois a Sra. Ministra efectivamente é um desses casos e muitos dos docentes não estão para a aturar. Isto tudo a propósito do novo Estatuto da Carreira Docente, que é para entrar em vigor a partir de Janeiro de 2007, altura em que a progressão na carreira dos professores será descongelada. O que está muito bem, porque assim é possível continuar com o ambiente “congelado”, já que se limitam o número de lugares a prover por escola para o patamar de Professor Titular e as percentagens máximas de atribuição das classificações de Muito Bom e Excelente. Os senhores professores fiquem sabendo que apenas se estão a alterar as suas expectativas e nunca os seus direitos, como diz o Sr. primeiro Ministro…certo?

2 - Muitas são as aberrações das novas propostas, desde paragens de tempo de serviço lectivo para efeitos de progressão – mesmo justificadas por motivos fundamentados por lei, como a maternidade e paternidade, doença prolongada, etc - mas uma delas, eventualmente menor, – talvez para fazer esquecer as outras – tem a ver com a proposta de avaliação dos professores por parte dos pais. Já estamos a ver o seguinte diálogo:
“Pois é Sr. Medeiros, o seu filho nunca mais apareceu ás aulas!”
“Sabe Sr. Professor, ele abandonou a escola.”
“Chiu, não diga isso Sr. Medeiros, não é preciso ninguém saber desse pormenor. Sabe que as taxas de abandono entram para a minha avaliação e é uma chatice. Bom, a verdade é que eu tenho que trabalhar com rigor para a excelência e não posso de maneira nenhuma ser condescendente. Face ao desempenho do seu filho, eu estava aqui indeciso entre o 4 e o 5 e queria saber a sua opinião.”
- “ Não pode ser um 10?”
- “Sr. Medeiros, a escala de avaliação para o 3º ciclo só vai até 5!”
- “ Pronto, está bem, que seja o 5.”
- “Olhe, já agora, eu queria informá-lo que quando lhe derem uma ficha para avaliar o meu desempenho e as minhas competências como professor - não se esqueça que eu sou o professor de História - , se a menção for qualitativa deve colocar sempre “excelente”, se for quantitativa deve colocar um 10.”
- “ Como é que é? Se o quê for o quê? Mas então, se o Sr. professor só vai dar 5 ao meu filho, quer que eu lhe dê 10 a si? Deve pensar que eu sou parvo, não?!... Leva 5 e não se fala mais nisso.”
- “Mas Sr. Medeiros, depois quando o seu filho chegar ao Secundário eu prometo que lhe dou 20. Vá lá, você não me pode dar 5! É que isso pode fazer com que a minha avaliação seja satisfatória e se assim for “eu satisfaço” mas o estado suspende a minha progressão e não me dá mais dinheiro”
- “O Sr. professor não tem um computador a mais que possa ceder para eu ir à Internet?”
- “Claro, leva o meu computador e uma impressora nova que comprei nos saldos da Rádio Popular.”
- “ O Sr. professor pode ficar descansado… fez um negócio excelente.”
- “Você a partir de hoje, Sr. Medeiros, não tem que se preocupar com a educação do seu filho - que está bem entregue e eu garanto-lhe 100% de sucesso. Agora basta preocupar-se com a minha avaliação e fica tudo resolvido. Desejo-lhe as maiores felicidades e também para o seu filho. Com esta educação só prevejo um futuro de sucesso…pelo menos enquanto ele estudar, quer-se dizer, enquanto andar na escola… a coçar-se!”

P.S. - Não me venham com a treta do rigor e da justiça na avaliação dos docentes... Nestas propostas, um professor pode ser muito bom ou excelente, mas face à existência de cotas na subida para professor titular e face à limitação do nº de avaliações de muito bom ou excelente ele pode ficar a "navegar" eternamente no meio da carreira. Não há uma preocupação com o que interessa: o VERDADEIRO sucesso dos alunos e a sua correcta avaliação, mas tão só uma preocupação economicista - e para a poder justificar aos olhos da sociedade basta denegrir a imagem do professor.
Não estou contra a avaliação dos docentes e algumas das propostas encontradas poderão ser válidas. Contudo, encontro no meio de tudo isto um enorme contra-senso : falamos do inevitável aumento da condescendência ao nível da aprendizagem dos alunos, conduzindo, ainda mais, ao facilitismo e ao "sucesso da mediocridade". Os nossos alunos, no futuro, pensarão que tudo vai ser fácil, até se depararem com a vida real e com o inferno que os nossos governantes fazem dela...
No final de cada ano toda a escola vai estar envolvida - e ainda mais "burocratizada" - na avaliação dos docentes, numa altura em que devia estar empenhada na reflexão em torno da avaliação dos seus alunos, do seu projecto de escola e da preparação do novo ano escolar. Mas já nem vou por aqui: tudo depende da eficiência e organização que cada escola souber implementar para que tudo decorra bem.
Nas escolas mais problemáticas recomendo aos colegas que fujam delas - afinal a Sra. ministra não diz que fugimos dos casos mais dificeis? - caso contrário estarão condenados ao fracasso da vossa avaliação, mesmo que consigam algum sucesso verdadeiro no desenvolvimento dos vossos alunos.
Finalmente, sobre a questão muito discutível da avaliação dos professores por parte dos pais - a escola saberá distinguir o trigo do joio - isso é capaz de ser um dos aspectos menos relevantes: soa-me apenas a "manobra de diversão" para se esconder o resto!

quinta-feira, 1 de junho de 2006

O desporto Rei

É bom ver que muitos séculos depois de a pátria Lusa se ter unido para combater os mouros, expulsar os castelhanos e escorraçar as tropas de Napoleão, há ainda motivos nobres que fazem juntar toda uma nação sob uma bandeira. E que motivo mais nobre se poderia exigir hoje em dia, do que o futebol?

1 - Pois é, caríssimos leitores, hoje, não havendo invasores das arábias nem da Espanha, é o futebol (conhecido como desporto Rei) que desperta em nós o mais nobre sentimento patriótico!
E tudo começa com o seleccionador da equipa de todos nós - esse grande português que é Scolari. O próprio nome do senhor indica que é um descendente luso a 100%, das famílias dos Scolari dos Santos... Pois, pois! Mas o que é certo é que o mister se dirige a cada um de nós a pedir apoio com cachecóis, camisolas e bandeiras de Portugal.

2 -
É verdade meus senhores, a imprensa anda toda desorientada a falar do livro do Carrilho e da guerrilha em Timor, do preço do gasóleo e tal, e ninguém (excepto os Tunalhos, claro!) se lembra de analisar aquilo que realmente interessa ao mundo e que é "A Mais Bela Bandeira de Portugal", o evento realizado no estádio do Jamor, em Lisboa, no fim-de-semana passado (que foi o fim-de-semana antes deste).
Ora bem, quando nós ouvimos dizer que aquilo era uma bandeira feita só por mulheres pensámos logo "Está certo, deve ser uma bandeira feita em ponto-cruz ou arraiólos". Logo vimos que estávamos enganados... aquilo, afinal, era uma bandeira feita mesmo pelas mulheres que foram ao estádio. Foi lindo! Umas vestidas de verde (entre as quais as mulheres dos jogadores do Sporting), outras vestidas de vermelho (que eram as mulheres, ex-mulheres, namoradas e amantes dos jogadores do Benfica) e outras vestidas de amarelo (que deviam ser as mulheres dos jogadores da... do... bom! Eram as mulheres dos jogadores de um clube qualquer que equipa de amarelo). Aquilo estava giro e tal, com a Dulce Pontes a cantar "A Portuguesa" em versão acústica e as mulheres todas em delírio.
E tudo parecia bem, mas depois nós pensámos: "Espera aí! Então se a bandeira está ali, feita pelas mulheres no revaldo, onde é que está o varão para a pendurar?" Ora, a resposta surgiu rapidamente. Com mais de 15.000 mulheres no revaldo, era óbvio que eram os homens que estavam a assistir nas bancadas que estavam a tratar de "erguer" o varão!!
Nunca uma bandeira fez erguer tão alto a "moral" dos homens deste país.

3 - Para terminar, e numa semana em que a crónica se dedica em exclusivo à temática do futebol, gostaríamos só de abordar aqui dois assuntos de última hora acerca de jogadores da selecção tuga.
Em primeiro, dizer que compreendemos a decisão do Scolari em não convocar o Quaresma. É que, como o tipo é cigano, eles tiveram medo que ele começasse a vender camisolas e cachecóis falsificados a 10 euros a dúzia... Ia ser chato para o merchandising da Federação Portuguesa.
Em segundo lugar, revelar aqui, em primeira mão, que Pauleta - a estrela dos Açores - vai abandonar a sua carreira no final deste Mundial na Alemanha. O jogador terá dito "Vou deixar a minha carreira, por causa das lesões, sobretudo na cabeça... é que depois de tanta cabeçada no flamengo, tou com um traumatismo craniano". Ou seja, Pedro Pauleta vai deixar de fazer publicidade a queijos para se dedicar somente ao futebol.
Por esta semana é tudo, abraços e até mais ver!

In Azórica Nº 54, Jornal dos Açores, Edição de 27 de Maio de 2006

O efeito pimba

Estive mesmo para assistir ao Rock in Rio este ano, mas infelizmente não consegui ir por falta de tempo ($). Todavia, e como gosto sempre de ver as coisas pela positiva, não entristeci completamente, porque apesar de não ter ido ao Rock in Rio, eu vou ao I Festival de Ponta Delgada.

Assim, e sem nada para fazer, decidi ir ao cinema ver “O Código da Vinci”. Aí há uns tempos atrás, quando o livro começou a causar furor e não havia quem não o comentasse freneticamente, optei por recusar a mim mesmo o prazer de o ler. Sou um pouco assim, sofro do “efeito pimba”.

O que é o “efeito pimba”? Bom, quando um produto atrai a muita gente com os mais variados gostos, deduzo que seja assim por ser comercial, logo não me atrai.

Todavia, a situação chegou a um ponto ridículo, já que cerca de 25 milhões de pessoas já o tinha lido e adorado. Então pensei cá para mim: ”Eu não devo estar certo sozinho e os outros 25 milhões de pessoas espalhadas pelo mundo estão todas erradas, não é?”. Por isso, dei-lhe o benefício da dúvida e lá desembolsei 18 euros pelo livro.

Comecei com dúvidas, mas depois dei por mim a devorar as páginas e a ir à net analisar a “Última Ceia” e a visitar o site do Louvre e tudo e tudo. (Isso quer dizer que gostei do livro).

Só que, à laia de bola de neve, as coisas começaram a ficar um pouco fora de controlo. Apareceram doutores com altas teses a contradizer os “factos” do livro, a Igreja reagiu indignada, escreveram-se uns 200 livros sobre os Templários e a Opus Dei e a Irmandade do Sião, os canais de televisão lançaram debates intelectualóides sobre o tema, e até o Discovery Channel fez grandes documentários sobre o Santo Graal e sobre Maria Madalena e Jesus.

Ao assistir a isso tudo, houve uma pergunta que me saltou logo à mente: qual foi a parte da palavra “Romance” que vem na capa do livro que as pessoas não perceberam?

Eu sei que o livro ganhou o crédito de lançar o debate sobre factores importantes e esquecidos (como os Evangelhos Gnósticos) e que o tema é controverso, ataca os próprios alicerces do cristianismo, mas aqui entre nós… é um romance!

Eu também podia escrever uma teoria bem elaborada e “fundamentada” a defender que os Açores foram descobertos pela Irmandade Talassodicense da Birmânia no séc. II e que o governo sempre escondeu este facto porque… sei lá, porque não gosta de russos. Mas daí a dedicarem um programa inteiro dos Prós & Contras a isso e a levarem lá um Professor Doutorado na temática Talassodicense para discutir com um defensor da Teoria Birmanesa vai um grande passo…

Conclusão: o “efeito pimba” quando chega, chega para todos, até para os doutores e intelectuais…

PS- parabéns ao Dan Brown que já está podre de rico…

In Jornal dos Açores, Edição de 31 de Maio de 2006

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