Hoje de manhã pus-me a folhear a imprensa cá do sítio e, claro, mal me vi sem ninguém à volta, fui logo aos suplementos infantis. Foi lá que parei e, pela primeira vez, olhei atentamente para o Pontinhas, a mascote da Câmara Municipal de Ponta Delgada.
Sou só eu, ou esta deva ser a mascote com o aspecto mais psicótico que existe?
Vejam lá as sobrancelhas do indivíduo, viradas para baixo em acento de malvadez, como que a planear roubar a pensão àquela velhinha do 3º-Esquerdo. E as auréolas estranhas à volta dos olhos? Se não o conhecesse, diria que estava a atravessar uma trip menos simpática de LSD. Já para não falar no cabelo à arrumador de carros...
Não sei, mas se fosse criança, essa figura seria certamente protagonista de muitos dos meus pesadelos!
- AAAHH, mãããee!!!! - O que foi? Estavas a sonhar outra vez com o Pontinhas? - Sim, ele queria que eu experimentasse crack, e depois quando eu disse que não queria, ele começou a gritar muito comigo, e deu-me pontapés no céu-da-boca e arrancou-me uma bochecha à dentada e… e… - Calma, calma… foi só um sonho…
Estou certo que todos conhecem esta bonita peça de arte pós-modernista, esta escultura que, certamente, iguala em génio obras ímpares como a Vitória de Samotrácia, os mármores de Elgin ou a Vénus de Milo.
Os Tunalhos já prestaram a sua pequena e singela homenagem a esta bonita concepção estética neste documentário sobre Ponta Delgada, mas facto é que houve grandes desenvolvimentos artísticos, o que me deixa particularmente entusiasmado.
Não satisfeito com a forma como a obra já de si representa a premissa teórica da Ideia, o artista decidiu aplicar um je ne sais quoi à escultura que só a veio enriquecer. Foi decidido, e reparem na genialidade da coisa, enfiar um tubo de água pela escultura acima e voilá: agora a escultura é também... uma fonte!!
Magnifico!
Eu não percebo muito de arte, estou mais virado para a Formula 1, mas quando reparei neste pequeno pormenor, o do tubo, confesso que me correu uma lágrima silenciosa pela face abaixo.
Reparem na forma graciosa como a água sai a esguichar do tubo e cai no chão, criando assim uma pequena poça de lama à sua volta, como que querendo lembrar ao público a sujidade na alma do indivíduo contemporâneo.
E o desperdício contínuo da água? Ali, a jorrar para o chão 24 horas por dia, sem qualquer tipo de sistema de recuperação? Ah, uma excelente representação do consumismo do séc. XXI.
Como se isso não fosse suficiente, reparei ainda noutro pormenor. Vejam a forma como a água cai elegante sobre as luzes que estão no chão.
Maravilhoso!
Agora, para além das pessoas poderem ver a bonita peça, também a podem sentir. Basta descalçar, colocar o pé na poça, e poderão sentir 875 Volts de arte pelo corpo acima! Prodigioso!
Admito que fiquei tão fascinado pela beleza platónica deste tributo ao intelecto divino, que preparei um pequeno vídeo para que possam ver e ouvir esta admirável construção. Espero que gostem...
Os Tunalhos estão a preparar-se arduamente para o IV Insula - Festival de Tunas Femininas. Ao princípio a coisa custou a arrancar, a inspiração estava enferrujada, e o melhor sketch que conseguimos construir estava a ficar qualquer coisa como:
- Eh pá, o tempo está húmido hoje, não está? - Sim, devem estar uns 80%. - Sim, prái... - ..... - E de repente chove... - Pois, diz que sim... - Pois... - .... pois... - E aquele Benfica? - Xiii, nem me fales! - Tá bom, tá... - .... - .... - Nem parece que estamos em Novembro... está calor... tipo, abafado...
Pronto, e a coisa continuava nisso uns 5 minutos. O sketch em si eventualmente poderia arrastar-se para os 10 minutos se por acaso estivesse frio, isto porque aí entraríamos na área das gripes e das constipações, o que, pela nossa experiência em palco, ainda dá para matar um bocado de tempo....
Mas isso foi no princípio. Agora as coisas estão bem encaminhadas e os sketches estão a fluir como uma equipa de hóquei em patins na cama da Elsa Raposo.
Sendo assim, já é seguro avisar-vos que devem marcar aí nas vossas agendas o dia 1 de Dezembro, na Aula Magna da Universidade dos Açores, que é para não se esquecerem. (O mesmo se aplica aos que não têm agenda, porque se não têm uma agenda é porque não têm uma vida tão agitada ao ponto de precisar de uma, por isso, assim como assim, não devem ter nada melhor que fazer nesse dia).
Ah, e nunca é demais referir que é um Festival de Tunas Femininas(wink, wink)!
Hoje é o dia em que cerca de dez mil militantes açorianos do partido laranja elegem o seu novo presidente para as ilhas. Sou só eu, ou estas eleições e respectivas campanhas passaram ao lado de quase toda a gente? Quer dizer, nestas últimas semanas acho que ouvi falar mais das eleições para delegado de turma lá na classe da minha sobrinha do que das directas do PSD.
Ontem, num ataque de romantismo, a minha namorada pediu-me que a levasse a um sítio caro. Eu disse “Claro, minha querida, tudo o que quiseres”. Entramos no carro e levei-a a uma bomba de gasolina...
Eh pá, aqui entre nós que ninguém nos ouve (porque isto é um blog e só dá mesmo para ler, se bem que era possível fazer um vídeo e aí ouvia-se, mas isso ia dar muito trabalho e não me apetece), a gasolina está estupidamente cara!!
Sei que isto não é novidade nenhuma, sei que o preço dos combustíveis está repetidamente a aumentar há montes de tempo, mas esta é daquelas indignações que passa a semana adormecida e depois abalroa-me violentamente sempre que vou atestar o carro…
Caros(as) amigos(as), o que se passa é o seguinte: nós já colocamos sondas espaciais no esfíncter anal do apóstolo traidor, já exploramos os fundos dos mares com submarinos, os telemóveis desenvolvem-se tão depressa que se tornam desactualizados 0,47 segundos depois de serem comprados, conseguimos observar galáxias a 100 mil anos-luz de distância (nem sei o que isso é, mas deduzo que seja longe cmó cara… ças), inventamos a Internet e o Family Guy… e não conseguimos inventar uma porcaria dum carro que ande, sei lá, a bosta de vaca?!
(Pronto, bosta de vaca é capaz de ser uma má ideia, mas dado o tom de revolta com que construí o parágrafo, achei que a referência aos dejectos dum animal engraçado daria mais ênfase à coisa. Vá, esqueçam a bosta de vaca… a sério).
Continuando, os maiores avanços tecnológicos na história da humanidade têm ocorrido quase sempre motivados por duas grandes razões: guerra e/ou sexo. Isto é, o Homem constrói (1) para destruir alguma coisa e matar montes de gente ou (2) para ver se molha o carapau. Ponto final.
Com isto em mente, as minhas propostas para salvar o mundo do petróleo reduzem-se a duas hipóteses: ou convencemos os americanos que seria divertido invadir o Irão usando apenas tanques e porta-aviões movidos a energia solar; ou lançamos um concurso mundial onde quem inventar um carro movido a bosta de panda ganha como prémio a Scarlett Johansson ou o Brad Pitt, sendo que se o carro for dos 0 aos 100 em menos de 4 segundos, pode ficar com os dois. PS- A sério, carros movidos a bosta do que quer que seja é sempre um mau conceito… Se quiserem inspiração, vejam isso, que até parece uma ideia bem esgalhada.