O Natal está aí à porta!
Os Tunalhos, com medo de perder a primeira-mão, dão a notícia antes dos outros: senhoras e senhores, o Natal está aí à porta! É verdade, faltam apenas 93 dias. Hoje vamos divagar um pouco sobre o verdadeiro sentido do Natal e sobre os novos arqui-inimigos do barbudo da Coca-Cola.
1- Damos hoje a notícia em primeira-mão: o Natal está aí à porta!Sabemos que faltam 93 dias, mas como os Tunalhos estão sempre em cima do acontecimento e gostam de ser os primeiros a dar a notícia, numa manobra inédita de antecipação vamos hoje divagar um pouco sobre o natal.Antes de mais, convém perguntar “O que é o Natal?”. Se formos rebuscar bem no fundo da nossa alma, descobrimos que o Natal é basicamente aquela altura do ano em que não é errado mentir às crianças: “Queres uma Barbie de quê? Ah filha, o Pai Natal não pode trazer isso, ele é pobrezinho, coitado”.Por outro lado, o natal é, para os adultos, um momento de reflexão e introspecção. É a época em que muitos casais se juntam numa união harmoniosa e reflectem sobre a sua vida: “Então Maria, o 13º mês vai para a hipoteca da casa ou para a prestação do carro?”Claro que isto só será possível se o Governo não se lembrar de congelar o subsídio deste ano…
2- Quem não está muito feliz com o natal são os americanos. Não lhes agrada muito a ideia de ter um homem de barbas a invadir o seu espaço aéreo para largar encomendas suspeitas não fiscalizadas pela alfândega. Já estamos a ver a cena: o Pai Natal com as renas, dois F-16 da USAF, um míssil AIM-9 Sidewinder, e pronto… problema resolvido. O barbudo não chateia mais ninguém.E os Estados Unidos não são o único inimigo do Pai Natal. O próprio Bin Laden não vai muito com a cara dele. Numa entrevista exclusiva à Azorica, o líder Taliban diz que “aquele gajo é uma vergonha para quem usa barba. Tem aquilo sempre aparadinho, todo branquinho, com a mania que é vedeta e tal. É uma vergonha, vos digo, uma vergonha! Pronto pá, agora estou chateado, vou ter de matar 214 infiéis!”
3- Também, como é costume, todos falam mal do consumismo natalício. Não somos desta opinião. Perguntem lá ao nosso Salvador se não gostou de receber ouro, incenso e mirra quando nasceu. Claro que gostou, quem não gostaria de receber um pouco de mirra enquanto lhe cortam o cordão umbilical?
Os descontos é que são inaceitáveis! Fazemos desde já um apelo a toda a gente para acabar de uma vez por todas com esta barbaridade. Imaginem que, por exemplo, vão comprar um micro-ondas à esposa. Por acaso conhecem o dono da loja, e o senhor, com toda a sua boa-vontade e simpatia, cobra-vos apenas o preço do respectivo, oferecendo-vos a margem de lucro que porventura faria na venda do produto.E se por acaso o micro-ondas tiver defeito e estragar o peru da ceia? Depois de tanta simpatia e depois de o senhor ter abdicado de uns 0,0001% do seu orçamento familiar para nos dar um jeito, quem é que tem cara de ir respingar ou dar socos na mesa? É humanamente impossível!Ao aceitarmos um desconto, na verdade estamos a ser enganados. Além disso, depois se forem lá refilar por causa do micro-ondas, existem fortes probabilidades de saírem da loja com o peru natalício enfiado num sitio onde o sol não brilha…
Os descontos é que são inaceitáveis! Fazemos desde já um apelo a toda a gente para acabar de uma vez por todas com esta barbaridade. Imaginem que, por exemplo, vão comprar um micro-ondas à esposa. Por acaso conhecem o dono da loja, e o senhor, com toda a sua boa-vontade e simpatia, cobra-vos apenas o preço do respectivo, oferecendo-vos a margem de lucro que porventura faria na venda do produto.E se por acaso o micro-ondas tiver defeito e estragar o peru da ceia? Depois de tanta simpatia e depois de o senhor ter abdicado de uns 0,0001% do seu orçamento familiar para nos dar um jeito, quem é que tem cara de ir respingar ou dar socos na mesa? É humanamente impossível!Ao aceitarmos um desconto, na verdade estamos a ser enganados. Além disso, depois se forem lá refilar por causa do micro-ondas, existem fortes probabilidades de saírem da loja com o peru natalício enfiado num sitio onde o sol não brilha…
In Azórica nº 19, Jornal dos Açores, Edição de 24 Setembro, 2005
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