Greve e cacete
Um foi para Inglaterra, outro para o Faial e o último para Bruxelas. De Inglaterra e Faial, nenhuma história de relevo a registar (tirando o facto de se pagar 9 euros por uma bifana em Londres), mas devemos confessar que o nosso outro amigo viveu uma situação deveras caricata em Paris, já que teve que lá parar a caminho de Bruxelas.
Ora aqui vai o relato do sucedido na primeira pessoa: “Tive de mudar de avião em Paris, e quando sai do aeroporto, vi uns homens a queimar uns carros. Pensei cá para mim que era um bocado estranho, mas pronto, são culturas diferentes. Agarrei no meu isqueiro e desatei a largar fogo a um automóvel que estava ali à mão. Achei que fosse um costume qualquer ali daquela zona, sei lá. No Hawaii dão colares de flores aos turistas, em Paris queimam carros. Cada país com a sua tara. O problema foi que depois apareceu um polícia com um cacete que me começou a espancar. E então aprendi um pouco mais cobre a cultura parisiense, porque sempre soube que eram muito famosos pelos seus cacetes, mas pensava que era o pão. Afinal aprendi que o cacete não era pão de comer, mas sim pão de levar porrada, já que o polícia chegou ao pé de mim, levantou o cacete e pão, pão, pão!!”.
Por isso aconselhamos aqueles que viajam a conhecer um pouco da cultura do país para onde se dirigem antes de partirem. Vão ver que a viagem vai correr um pouco melhor.
2- Portugal é oficialmente a capital europeia das greves.
Vive-se hoje um ambiente generalizado de Grevelite Aguda, doença desde sempre muito comum entre os professores. Actualmente, se o chefe diz que é preciso fazer horas extraordinárias, faz-se greve. Se falta uma caneta no escritório, faz-se greve! Se está sol e trouxemos camisola de gola alta, é greve para os queixos.
Agora até os alunos fazem greve porque, se o professor faltar, têm que permanecer na sala durante o período da aula com um docente substituto.
Daqui a uns dias, os pais vão fazer greve também, já que se os filhos tiverem de ir para casa quando o professor faltar, isto vai representar custos extra para os progenitores. É luz que se gasta, é o consumo de água que aumenta, já para não falar no desgaste dos sofás se o adolescente decidir levar a namorada consigo.
E se os pais fizerem greve, as empregadas domésticas fazem gazeta também por terem de trabalhar a dobrar no dia em que os patrões estão em casa de greve. E em seguida a família da empregada doméstica faz greve porque ela exige que lhe limpem a casa no seu dia de “férias”. E depois os cães e gatos fazem greve por terem de ficar no quintal enquanto decorrem as limpezas.
Pelas nossas contas, esta situação é uma bola de neve que vai culminar no dia 12 de Setembro de 2006, dia em que o país inteiro pára porque toda a gente está de greve por alguma razão que não lembra ao diabo... 12 de Setembro de 2006? Eh pá, logo nesse dia! Que azar! Então não é que tínhamos combinado para esse dia o início das férias num cruzeiro? Ah, o Cruzeiro não é Português?! Pronto, então assim está bem!