quarta-feira, 27 de julho de 2005

Realeza, magia e reforma

Mais palavras ocas...

1- Como deve ser do conhecimento público, ou talvez não, os Açores vão receber uma visita institucional do Rei de Espanha (não… não é o Júlio Iglesias…é o outro rei, o Juan Carlos). Quando soube de tal ocorrência, antes da questão da segurança, de um eventual ataque terrorista, pus-me a reflectir sobre como deve ser complicado ser rei. Por isso, e para ajudar todas as majestades do mundo, acho que se devia abrir uma Licenciatura em Realeza na Universidade dos Açores, talvez com Mestrado em Acenar a Multidões e Doutoramento em Evitar Ser Apanhado Nu ou de Tanga por Fotógrafos Paparazzi. Sei lá, podiam ter cadeiras semestrais como Tronos ou História da Decapitação, talvez Cultura da Corte ou Malabarismo Jogralesco.
Pelo que sei, os reis até ganham bem, mas um eventual curso em Realeza teria problemas de "saída". É que geralmente só há uma vaga em cada país e esta fica ocupada durante anos, pelo menos até o actual monarca morrer ou ser destronado por casar com uma divorciada coxa, estrábica, pouco fotogénica e que foi prostituta e mãe solteira.
E em Portugal? Precisávamos de um soberano. Já imaginaram se saísse um Rei de Portugal da Universidade dos Açores? Ajudava imenso a promoção turística das ilhas e, mais importante, era bonito.
Rei Narciso I, o Brassád... Entra bem no ouvido, não entra? Parece que já o estou a ver, mordomo-mor dos Impérios e Coroações, a desfilar pelas avenidas da cidade, montado em cima de uma vaca, protegido por dois cães de fila e pela Guarda Real recrutada das "hostes repatriadas" da Calheta…que maravilha!

2- Já não se fala noutra coisa. O livro número "não-sei-quantos" da saga Harry Potter já está por aí. Alguém me explica o que é que este aprendiz de feiticeiro tem assim de tão especial? Será porque ele usa óculos? - Não deve ser, porque o Professor Alexandrino também usa. Será pela cicatriz na testa? - Também não me parece, pois a Lili Caneças tem a cara cheia delas. Será do cabelo à escovinha? - O Tino de Rãns também tem.
Mas o que será afinal? É que eu até conheço uma "coisa" muito mais mágica que o Harry Potter. Aliás, é uma "coisa" mais mágica que o Potter, o Copperfield e o Luís de Matos todos juntos... quer dizer, o Luís de Matos não, que ele acerta nos números do Euro Milhões.
Esta "coisa" é tão mágica, tão mágica, que desaparece de todos os sítios onde está fechada. Sabem o que é? É o dinheiro. Esse sim, é mágico. Qual Harry Potter, qual quê!

3- Um artigo do demitido Ministro das Finanças, publicado no passado domingo no jornal Público, veio apontar a necessidade de aplicação de mais medidas de contenção para 2006. Segundo o ex-governante, ao longo da vida nem descontamos o suficiente para pagar a nossa própria reforma (aqui entre nós, era o tal ministro que descontou cinco anos e que recebe oito
mil euros por mês de reforma).
Visto que não sou nem nunca fui gestor do Banco de Portugal, a solução parece-me simples: quando entrar na reforma, vendo um rim! Pois é, caros amigos, sabem o valor de um rim no mercado? Não é brincadeira, não! Três quilos e meio de rim dão para comprar muita coisa. Dão, sim senhor! E além disso, conheço bastante boa gente que vive só com um rim sem se queixar, conseguindo manter o sangue limpo e sem perder os sentidos muita vez.
In Azórica nº 10 da Edição nº 58 do Jornal dos Açores de 23 de Julho 2005

sexta-feira, 22 de julho de 2005

Speed-dating

Uma novidade no panorama festivo actual é a chamada festa de speed-dating, um novo conceito que vem dos EUA (não deve ser boa coisa) e que chega a Portugal através de uma empresa organizadora de eventos e de festas temáticas para descomprometidos. Então é assim: o people inscreve-se no evento, paga um módica quantia (25 €), as mulheres sentam-se numa mesa e os homens têm 4 minutos para conversarem com cada uma delas, avaliarem as suas qualidades e/ou mostrarem o que “não”valem. Ao fim de 4 minutos toca a rodar. Dessa maratona poderá resultar o registo dos melhores encontros… mas não necessariamente uma queca rápida. Essa poderá ficar para mais tarde. Enfim, modernices!


Então uma rave numa cave escura não era muito melhor?

Mas porquê este tipo de eventos? Bem na verdade hoje em dia não há tempo para nada, trabalha-se muito e é difícil conhecer as pessoas…enfim somos uns verdadeiros atrasados mentais. Assim, com o speed-dating ficamos com o problema resolvido e é muito provável que, em 4 minutos, encontremos pessoas tão interessantes como aquelas que se cruzam connosco todos os dias na rua ou no elevador…

Poderá haver eventos do género para um público mais específico, consoante as afinidades entre os participantes, por exemplo speed-dating para os sem abrigo, para os moradores da Cova da Moura ou ainda para os que pensavam que iam entrar na Reforma, mas que agora já não vão… Se bem que neste caso o conceito mude de nome para slowly-dating, um conceito que retoma os encontros de antigamente… na roça do campo… entre o milheiral: era todo o dia e não se pagava nada.

domingo, 17 de julho de 2005

Palavras Ocas

Palavras Ocas é o título da crónica - achamos nós... pode ser uma outra coisa qualquer - assinada pelos Tunalhos na revista Azórica que sai aos sábados conjuntamente com o Jornal dos Açores

Aqui fica o 1º texto, exemplo da mais sublime pureza literária e de um lirismo só possível dadas as "tântricas" experiências dos seus autores:
"Vamos à festa"

1 - Foi difícil decidir quem começaria o rol de comentários eruditos que este espaço vai proporcionar aos ilustres leitores desta revista. Primeiro, a discussão andou à volta do formato, ou seja, da tipologia a adoptar em termos jornalísticos: se era um ensaio, uma crónica, um comentário ou um simples artigo de opinião. Achámos que o melhor era não definir o género, o que dá jeito para quem, como nós, raramente se sabe identificar e muito menos sabe para onde vai. Portanto, preferimos manter-nos assim, sem condicionalismos de semântica jornalística, exceptuando, claro, as questões que se prendem com a ética, assunto que nos preocupa em demasia dadas as carências que a esse nível todos nós revelamos.
Emergimos, pois, com um perfil indefinido, a fim de podermos dizer hoje uma coisa e amanhã outra, que é isso que faz a verdadeira identidade do homem moderno, sempre aberto e adaptável às novidades culturais, intelectuais e científicas, às críticas sociais … e às oportunidades de emprego.
Somos, por isso, executores de um plano de vida flexível e variado, próprio da humidade que caracteriza a Região e da falta dela que incendeia o País. Este paradoxo prolixo de non-sense foi bonito, “moléstia” à parte!

2 - Por falar em humidade, um dos primeiros assuntos que nos surgiu, na discussão sobre os temas… depois do sexo… foi a falta dele, quer dizer, dela… da humidade. Há que dizê-lo com humildade que não é admissível, para todos nós, nem correcto, nem eticamente aceitável, ver o país a arder, não haver meios aéreos para combater a calamidade e, em contrapartida, serem gastos balúrdios de dinheiro em festas de Verão, fogo de artifício e fios dental que, quer queiramos quer não, só fazem aumentar a temperatura, não contribuindo para apagar a consciência pouco pesada da plebe política e de grande parte dos portugueses, mesmo os de grande visão, nos quais nos incluímos. Inclusive, eu até sei que há portugueses que nesta época vão para o mato e ficam a aguardar o aparecimento de um incêndio capaz de lhes atiçar as brasas para assar os chouriços… que depois vão servir de repasto, bem merecido, aos nossos bombeiros (daí o nome de chouriço à bombeiro)

3 - Mas vamos deixar de falar nos fogos, que isto não nos leva a lado nenhum e eu até nem sou bombeiro, mas tenho-lhes muito respeito, para passar a um outro assunto, quiçá mais importante, mais reconfortante e revelador da solidariedade portuguesa (todos ajudam e ninguém se queixa): refiro-me às festas. Cá nas ilhas não há fogos, mas festas são à fartura: os santos populares, as festas municipais, os impérios, as coroações e …os impérios, outra vez, com coroações… e foguetes a qualquer hora do dia e da noite. Ainda há tempos, era uma hora da manhã e eu estava a dormir, a ter um sonho, diga-se de passagem, bem agradável e acordei sobressaltado com um foguete. A primeira coisa que eu disse foi “É o teu marido… é o teu marido que está a chegar”. Ainda bem que a minha mulher, meia a dormir (bendito seja Deus), me sossegou “Pronto… tiveste um pesadelo… está tudo bem”. Ora isso não se faz! Um foguete que me deu cabo do sono… e quase que me dava cabo da vida!

In Azórica nº 9 da edição nº 53 do Jornal dos Açores de 16 de Julho 2005

Fénix

Pois é!... Agora é que é de vez... que nem a Fénix renascida!... Prometemos de hoje em diante publicar pelo menos um post por semana... com o conteúdo da crónica que desde o dia 16 de Julho tem saído na revista Azórica do Jornal dos Açores...
Só assim!...Fénix!
Mas esta ausência justifica-se com o facto de termos estado muito ocupados com... olha por exemplo, com a preguiça ... o pôr-do-sol na praia... sempre tapado por miúdas que de propósito passam à nossa frente!
Agora a sério, só para verem o quanto levamos esta coisa a brincar: foram apenas umas 5 ou 6 actuações, fora do âmbito a que estávamos habituados, mas que nos ocuparam durante um mês e meio, dia e noite, - já não nos podíamos ver uns aos outros.
Depois da Terceira e de 3 actuações no PDL Bar, na Lagoa iniciámos o contacto com o grande público, ao ar livre, com desfiles de moda e festas de Juventude... e depois as entrevistas da praxe para a RTPAcores, jornais... e depois dissemos "basta" e bastou dizer isso e não fomos mais importunados. Inclusive a nossa empresária já estava a ficar com um stress danado e delirou quando lhe dissemos "Estás despedida... Vai tirar férias... declina o resto dos convites!"
E declinou-se ... perante nós... submissa como sempre!
Fénix!

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