Brincadeiras de Carnaval
1 - Se o Natal é quando um homem quiser, no nosso país o Carnaval é todos os dias, mesmo que a gente não queira. Senão, vejamos só a título de exemplo: um deputado do PSD, eleito pelo círculo do Porto, foi interceptado na auto-estrada, a circular a mais de 200 km/h. O auto está no Governo Civil de Coimbra, tendo o deputado feito um pedido especial no sentido de lhe ser perdoada a apreensão da carta de condução. Acontece que o “deputado voador”, – “ se voa em rectas” deve ser uma ave rara, daquelas a quem o vírus H5N1 gostaria de entrar pelo recto - tem um historial de infracções graves e muito graves, dignas de (des)respeito, tendo já sido autuado inúmeras vezes. Mas no meio de tanto azar, assim como que por… “sorte?”, os processos têm sido arquivados, por “decisões de prescrição”, por parte das várias instâncias responsáveis.
O deputado reconheceu que, às vezes, ultrapassa os limites de velocidade, para cumprir os horários. “Não é como os outros deputados que não chegam a horas às reuniões". Ouviram bem?! Portanto, povo, afinal, nós não temos que sair cedo e com calma para ir para o trabalho, o importante é chegar lá, nem que seja a abrir, pondo em risco a vida dos outros e em transgressão ao código da estrada.
Pronto, aceitemos até que haja algum perdão porque as multas são pesadas e o pobre do homem deve ganhar pouco! Mas se é assim, nós também gostaríamos de ver arquivadas as nossas multitas pelo facto do nosso carrito estar PARADO no parquímetro, sem perigo para ninguém – por motivo de trabalho, não havia outro estacionamento e a moedita não chegou para o dia todo…
3 – Agora sem brincadeira, o Governo Regional fez uma proposta de lei que prevê a aplicação de multas a quem utilizar, com objectivos comerciais e sem a sua autorização prévia, os símbolos da Região: a veneração e o respeito assim o obrigam. Quanto à bandeira, o problema só poderá vir do Islão! Relativamente ao Hino, pois podemos todos estar descansados: o hino regional, que respeitamos, não é propriamente uma obra-prima da música e aqueles, poucos, que o conhecem certamente não o vão ver como uma boa opção para fins publicitários ou para suscitar vendas, quaisquer que elas sejam. É assim um pouco como nós (Tunalhos), respeitamo-nos e respeitamos os nossos pais que nos criaram, mas a sua criação (nós) não é propriamente uma coisa bonita. Claro que tudo mudava de figura se fosse o Hino do Senhor Santo Cristo, - o 1º lugar no top da música sacro-profana regional - esse sim, entra facilmente no ouvido – que remédio – e como tal, é muito vendável!
Mas esta proposta de lei é clara, não precisa de nenhuma sociedade anónima e vai ao encontro da “coesão” destas nossas “ilhas de valor”… que, afinal, são todas (mesmo aquelas que são vistas sem valor nenhum). Portanto, todas as nove ilhas são ” ilhas de valor”, mas nem todas são do “ fundo de coesão”, sendo que algumas que eram do fundo de coesão, já não o são… nem estão nas prioridades das “ilhas de valor”. Pronto, se o nosso governo soubesse explicar, assim tão bem como nós, ninguém ficava confuso!
P. S. Ontem teve lugar o 1º baile do Coliseu deste ano… aquela grande concentração de pinguins! Parece que este ano havia mais espaço. Conseguiam mexer os olhos e coçar-se sem ajuda uns dos outros!