Azórica - a não perder
"O senhor de bigode e as obras"
1 - O senhor de bigode é já uma figura omnipresente no quotidiano micaelense. Quem ainda não se deparou com o rosto de braços cruzados encostado a uma esquina, mão a segurar o queixo, agarrado ao saco de compras do Hiper, porvezes com o capuz do casaco na cabeça, e sempre sempre sozinho? Começa a ganhar uma áurea mística entre a população de Ponta Delgada e subúrbios. Caros amigos, é assim que nascem as lendas: "Acho que ele voa", uns dizem; "Ouvi dizer que ele não dorme", constatam outros.
O senhor parece que está em todo o lado, nos sítios mais estranhos e às horas mais exóticas. Quer estejamos a entrar no trabalho às nove da manhã, quer estejamos a sair da discoteca às três da madrugada, o senhor de bigode está lá. O mais singular é mesmo a sua omnipresença. Por vezes, existem quatro pessoas em sítios diferentes da cidade a contar como o viram. E o mais peculiar é que o vêem à mesma hora em lugares distintos. "Hoje ao meio-dia vi o senhor de bigode nas Portas da Cidade"; "Hoje ao meio-dia vi o senhor de bigode na Marina"; Hoje ao meio-dia vi o senhor de bigode no Aeroporto"…
Numa manobra nunca antes vista num órgão de comunicação social, os Tunalhos lançam aqui um concurso à escala micaelense. Vão falar com o senhor de bigode, perguntem-lhe o nome, sejam simpáticos com dele. Nós já sabemos o seu nome, por isso avaliaremos se estão a dar a resposta correcta. E o prémio? O prémio é algo de fantástico: ganham um amigo novo!
2- Por falar no senhor, parece que ele não anda muito satisfeito, tal como muitos munícipes, com as obras que proliferam nesta cidade: na Avenida D. João III, à volta do Teatro Micaelense, no Bairro das Laranjeiras - muito frequentado pelo senhor do bigode - em S. Roque, na Fajã de Cima, e até na estrada para as Capelas, as quais têm perturbado a orientação rotineira e diária, com consequentes agravantes no orçamento ao nível do combustível. Uns dirão "Pois, as eleições estão à porta … mas não era precisa tanta publicidade". A esses velhosdo Restelo, a resposta só pode ser dada com as ideias de "acção e progresso"…Seus infelizes, não vêem que a situação é uma mera coincidência… só agora é que as verbas foram desbloqueadas…
3- E por falar em verbas desbloqueadas, o Governo Regional, pelas mãos da Secretaria da Habitação e Equipamentos, vai apoiar um conjunto de entidades ditas de interesse público "selectivo", digo, colectivo, a saber: O Clube de Tiro, o Ateneu Comercial e algumas igrejas da Ilha. É um incentivo e um reconhecimento público do Governo Regional pelo trabalho que dedicam estas instituições às suas comunidades. Não concordamos!... Pronto, está dito! Deus nos perdoe… e oxalá não sejamos alvo de um "tiro" num qualquer baile do Ateneu!
É assim: até poderíamos aceitar a medida…enfim, as igrejas fazem parte do nosso património e nós, apesar de não sermos muito católicos, não queremos medir forças com Deus. Mas se aquelas outras entidades são de interesse "selectivo", bolas, digo, colectivo, então os Tunalhos, exemplo do "sacrifício da vida particular, tendo sempre como horizonte o bem comum da sociedade", também deverão estar presentes no próximo rol de entidades a serem apoiadas. A nossa sede, inexistente, carece das mais elementares condições para receber os amigos, além de que somos um "património de valores regional" que convém preservar.
E mais não dizemos.
In Azórica nº 11, Jornal dos Açores edição de 30 de Julho 2005
O senhor parece que está em todo o lado, nos sítios mais estranhos e às horas mais exóticas. Quer estejamos a entrar no trabalho às nove da manhã, quer estejamos a sair da discoteca às três da madrugada, o senhor de bigode está lá. O mais singular é mesmo a sua omnipresença. Por vezes, existem quatro pessoas em sítios diferentes da cidade a contar como o viram. E o mais peculiar é que o vêem à mesma hora em lugares distintos. "Hoje ao meio-dia vi o senhor de bigode nas Portas da Cidade"; "Hoje ao meio-dia vi o senhor de bigode na Marina"; Hoje ao meio-dia vi o senhor de bigode no Aeroporto"…
Numa manobra nunca antes vista num órgão de comunicação social, os Tunalhos lançam aqui um concurso à escala micaelense. Vão falar com o senhor de bigode, perguntem-lhe o nome, sejam simpáticos com dele. Nós já sabemos o seu nome, por isso avaliaremos se estão a dar a resposta correcta. E o prémio? O prémio é algo de fantástico: ganham um amigo novo!
2- Por falar no senhor, parece que ele não anda muito satisfeito, tal como muitos munícipes, com as obras que proliferam nesta cidade: na Avenida D. João III, à volta do Teatro Micaelense, no Bairro das Laranjeiras - muito frequentado pelo senhor do bigode - em S. Roque, na Fajã de Cima, e até na estrada para as Capelas, as quais têm perturbado a orientação rotineira e diária, com consequentes agravantes no orçamento ao nível do combustível. Uns dirão "Pois, as eleições estão à porta … mas não era precisa tanta publicidade". A esses velhosdo Restelo, a resposta só pode ser dada com as ideias de "acção e progresso"…Seus infelizes, não vêem que a situação é uma mera coincidência… só agora é que as verbas foram desbloqueadas…
3- E por falar em verbas desbloqueadas, o Governo Regional, pelas mãos da Secretaria da Habitação e Equipamentos, vai apoiar um conjunto de entidades ditas de interesse público "selectivo", digo, colectivo, a saber: O Clube de Tiro, o Ateneu Comercial e algumas igrejas da Ilha. É um incentivo e um reconhecimento público do Governo Regional pelo trabalho que dedicam estas instituições às suas comunidades. Não concordamos!... Pronto, está dito! Deus nos perdoe… e oxalá não sejamos alvo de um "tiro" num qualquer baile do Ateneu!
É assim: até poderíamos aceitar a medida…enfim, as igrejas fazem parte do nosso património e nós, apesar de não sermos muito católicos, não queremos medir forças com Deus. Mas se aquelas outras entidades são de interesse "selectivo", bolas, digo, colectivo, então os Tunalhos, exemplo do "sacrifício da vida particular, tendo sempre como horizonte o bem comum da sociedade", também deverão estar presentes no próximo rol de entidades a serem apoiadas. A nossa sede, inexistente, carece das mais elementares condições para receber os amigos, além de que somos um "património de valores regional" que convém preservar.
E mais não dizemos.
In Azórica nº 11, Jornal dos Açores edição de 30 de Julho 2005
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