O Nobel lobotomizado
Deixem-se de americanices…vocês têm tantos prémios Nobel que nunca foram discutidos, porque é que não nos deixam ficar com os nossos dois?... Sim, porque daqui a pouco estão a dizer que deverá ser retirado o Nobel da Literatura ao Saramago por ele ser comunista… Se bem que neste caso até nem era "mau" pensado!
1- Parece que um grupo de americanos quer tirar o Nobel a Egas Moniz, já que o nosso médico, segundo eles, foi o inspirador do americano Walter Freeman que terá praticado várias lobotomias, mesmo depois de verificar que só muito poucos dos doentes registavam melhorias.
Meus amigos, dizem os entendidos que Egas Moniz terá recebido o Nobel por criar a angiografia e a leucotomia, sendo que, esta última, na verdade deixava os doentes num estado de profunda apatia. No entanto, seria mais branda do que a verdadeira lobotomia, usada pelo americano, que introduzia, imaginem, uma espécie de picador de gelo (género de filme muito ao gosto americano) no globo ocular do doente.
Faz-nos pensar… Por exemplo, os prémios Nobel americanos da Medicina - e foram bastantes durante o século passado -, não terão sido muitas das suas descobertas ultrapassadas por outras mais recentes e não terão servido muitos doentes de cobaia? E não terão contribuído para o aumento do registo de patentes e para o acesso limitado à terapêutica por parte dos que menos têm? Se sim, retirem-lhes o Nobel!
Será que os prémios Nobel americanos da Química não terão contribuído para o desenvolvimento do armamento no mundo? Se sim, retirem-lhes o Nobel!
Será que Luther King, entre outros Nobel da Paz americanos, ensinaram alguma coisa aos seus compatriotas, pretensos defensores dos direitos universais e outros que tais? Se não, retirem-lhe o Nobel!
Será que o John Nash, que também andou meio passado dos neurónios - se calhar foi um dos lobotomizados - e muitos outros prémios Nobel americanos da Economia, terão contribuído assim tanto para o bem-estar económico das outras nações que não a sua? Se não, retirem-lhes o Nobel!
E por ai fora…
2- Sendo assim, resta um americano, o único merecedor de qualquer das categorias dos prémios Nobel: Lance Armstrong, o ciclista que já venceu o Tour de France sete vezes consecutivas. Ele podia ganhar o Nobel da Física, dadas as suas provas ao nível da força e velocidade; da Medicina, porque venceu um cancro; da Química, porque venceu um cancro, com quimioterapia; da Paz, porque na bicicleta é sempre a dar-lhe “pás…pás…pás…”; da Economia, porque nas descidas economiza o esforço; e da Literatura, porque a sua vida é um romance épico extraordinário.
Portanto deixem-se de americanices, vocês têm tantos prémios Nobel que nunca foram discutidos, porque é que não nos deixam ficar com os nossos dois?... Sim, porque daqui a pouco estão a dizer que deverá ser retirado o Nobel da Literatura ao Saramago por ele ser comunista…Se bem que neste caso até nem era mau pensado!
3 – Mas os E.U.A continuam a ser a terra da liberdade e da oportunidade. A propósito, lembramo-nos de duas histórias, de dois amigos nossos que lá vivem, - um que namora com uma portuguesa e o outro com uma americana - que exemplificam a diferença de mentalidade inclusive entre as mulheres de lá e as de cá.
A portuguesa está sempre a queixar-se “Vocês homens são todos iguais, só querem levar uma mulher para a cama”. O nosso amigo, para desmentir de vez esse mito e em defesa da honra masculina, responde: “É mentira, os homens não querem só levar uma mulher para a cama, às vezes querem levá-la para o sofá, outras vezes para a mesa da cozinha e às vezes até para o chão”. Quanto ao outro, o que aconteceu foi que ele e a americana tinham combinado deixar de fumar. Só que o nosso amigo andava a fumar às escondidas, tendo em atenção o dilema que traçou: ou traía a namorada com outra mulher, ou traía-a com os cigarros. Optou pelos cigarros! O problema é que a americana teve de tomar a mesma decisão e deixou mesmo de fumar…
Meus amigos, dizem os entendidos que Egas Moniz terá recebido o Nobel por criar a angiografia e a leucotomia, sendo que, esta última, na verdade deixava os doentes num estado de profunda apatia. No entanto, seria mais branda do que a verdadeira lobotomia, usada pelo americano, que introduzia, imaginem, uma espécie de picador de gelo (género de filme muito ao gosto americano) no globo ocular do doente.
Faz-nos pensar… Por exemplo, os prémios Nobel americanos da Medicina - e foram bastantes durante o século passado -, não terão sido muitas das suas descobertas ultrapassadas por outras mais recentes e não terão servido muitos doentes de cobaia? E não terão contribuído para o aumento do registo de patentes e para o acesso limitado à terapêutica por parte dos que menos têm? Se sim, retirem-lhes o Nobel!
Será que os prémios Nobel americanos da Química não terão contribuído para o desenvolvimento do armamento no mundo? Se sim, retirem-lhes o Nobel!
Será que Luther King, entre outros Nobel da Paz americanos, ensinaram alguma coisa aos seus compatriotas, pretensos defensores dos direitos universais e outros que tais? Se não, retirem-lhe o Nobel!
Será que o John Nash, que também andou meio passado dos neurónios - se calhar foi um dos lobotomizados - e muitos outros prémios Nobel americanos da Economia, terão contribuído assim tanto para o bem-estar económico das outras nações que não a sua? Se não, retirem-lhes o Nobel!
E por ai fora…
2- Sendo assim, resta um americano, o único merecedor de qualquer das categorias dos prémios Nobel: Lance Armstrong, o ciclista que já venceu o Tour de France sete vezes consecutivas. Ele podia ganhar o Nobel da Física, dadas as suas provas ao nível da força e velocidade; da Medicina, porque venceu um cancro; da Química, porque venceu um cancro, com quimioterapia; da Paz, porque na bicicleta é sempre a dar-lhe “pás…pás…pás…”; da Economia, porque nas descidas economiza o esforço; e da Literatura, porque a sua vida é um romance épico extraordinário.
Portanto deixem-se de americanices, vocês têm tantos prémios Nobel que nunca foram discutidos, porque é que não nos deixam ficar com os nossos dois?... Sim, porque daqui a pouco estão a dizer que deverá ser retirado o Nobel da Literatura ao Saramago por ele ser comunista…Se bem que neste caso até nem era mau pensado!
3 – Mas os E.U.A continuam a ser a terra da liberdade e da oportunidade. A propósito, lembramo-nos de duas histórias, de dois amigos nossos que lá vivem, - um que namora com uma portuguesa e o outro com uma americana - que exemplificam a diferença de mentalidade inclusive entre as mulheres de lá e as de cá.
A portuguesa está sempre a queixar-se “Vocês homens são todos iguais, só querem levar uma mulher para a cama”. O nosso amigo, para desmentir de vez esse mito e em defesa da honra masculina, responde: “É mentira, os homens não querem só levar uma mulher para a cama, às vezes querem levá-la para o sofá, outras vezes para a mesa da cozinha e às vezes até para o chão”. Quanto ao outro, o que aconteceu foi que ele e a americana tinham combinado deixar de fumar. Só que o nosso amigo andava a fumar às escondidas, tendo em atenção o dilema que traçou: ou traía a namorada com outra mulher, ou traía-a com os cigarros. Optou pelos cigarros! O problema é que a americana teve de tomar a mesma decisão e deixou mesmo de fumar…
In Azórica nº 14, Jornal dos Açores, Edição de 20 Agosto 2005
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