segunda-feira, 5 de dezembro de 2005

Fantasmas e polícias

Foi avistado um fantasma num estabelecimento comercial da Ribeira Grande. Os Tunalhos, sempre atentos a novas oportunidades de negócio, decidiram logo na hora abrir uma empresa: a Ghost Bustaçor. A companhia por pouco não ia à falência...








1- O fantasma da Ribeira Grande anda na boca do povo… pelo menos de três ou quatro pessoas do povo porque as outras têm mais que fazer.
Para quem não lê jornais regionais ou não vê a CNN, fica aqui um resumo da história. Foi avistado um fantasma num estabelecimento comercial da Ribeira Grande. Um guarda-nocturno jura a pés juntos que viu uma sombra a passar e, ao visionar as gravações de vigilância, confirmou que de facto havia uma sombra misteriosa a deslocar-se. O mais interessante é que a cassete foi entregue à PSP para análise, instituição que, como sabemos, é inexperiente em casos destes. A PSP obviamente só poderia afirmar que “o segurança estava com os copos… nós conhecemos a sensação!”. Ainda se tentou a todo o custo entrar em contacto com o Fox Mulder, mas o homem estava ocupadíssimo lá com as suas lides nos X-Files.
Os Tunalhos, sempre atentos a novas oportunidades de negócio, decidiram logo na hora abrir uma nova empresa: a Ghost Bustaçor. Equipados com o mais moderno equipamento de raios plasma e deslocadores de anti-matéria de última geração, dirigimo-nos de imediato ao referido estabelecimento com a intenção de caçar o fantasmagórico fantasma (passamos a redundância).
Depois de passarmos a loja a pente fino, prateleira por prateleira, não encontramos fantasma nenhum. Prestes a desistir, ouvimos um barulho estranho ao fundo. Era um casal de empregados que tinha aproveitado o facto de agora não terem clientela por perto e estavam a marcar os preços … um no outro. Mas eis que logo a seguir o nosso detector magnético de ósmio apanhou aquilo que na gíria chamamos de “espectro”.
Empunhamos os nossos sugadores intradérmicos e partimos à caça. Ao depararmo-nos com o fantasma, qual não foi a nossa surpresa ao constatarmos que o espectro, na verdade, era uma jóia de pessoa (ou do que restava dela)? Ouçam, o homem era simpatiquíssimo, super amável, um amor de fantasma.
Moral da história, a Ghost Bustaçor por pouco não ia à falência. Se não tivéssemos recebido um telefonema de última hora a denunciar umas aparições de espectros a candidatarem-se à Presidência da República, a esta hora não sabiamos o que seria de nós…

2 – Outro assunto do “outro mundo”, que é o nosso, tem a ver com o polícia-boneco que recentemente foi avistado na 2ª circular de Ponta Delgada. Bem, o homem metia respeito, tinha carácter, era alto e forte….e corajoso, porque usava manga curta, apesar do frio estava, o que dava para desconfiar (podiam ter feito a colecção para as quatro estações). Aquilo era bonito de se ver. O pessoal que ia na brasa e o avistava ao longe metia repentinamente o pé no travão. Esta situação, ao que sabemos, terá causado alguns choques, avc’s e descargas intestinais (sobretudo daqueles que iam simultaneamente “com vontade de” e com pressa para o trabalho, a fim de usarem, como é hábito à chegada, o WC do serviço.
Mas aquilo resultava só no início, depois já ninguém ligava. Nós por acaso no outro dia íamos a “speedar” e avistámos ao longe mais dois polícias-bonecos. Bem, esses pareciam mesmo reais, até nos mandaram parar e pediram-nos os documentos do carro e nós “eh seus bonecos estúpidos, ide apanhar no…“ , e vai dai os bonecos enlouqueceram e começaram a espancar-nos com o cacete e não é que até nos conseguiram meter na prisa durante 24 horas ?… Entretanto, nunca mais os vimos. Parece que até já andavam prostitutas a assediá-los! Isto é mesmo do outro mundo!
In Azórica nº 29, Jornal dos Açores, Edição de 2 dezembro, 2005

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