segunda-feira, 27 de dezembro de 2004

Histórias de sempre

Para desviar a minha pequenita das imagens relativas à catástrofe na Ásia, resolvi pegar numa colectânea das várias histórias que recebeu pelo Natal, a fim de poder proporcionar-lhe uma sesta. A versão da 1ª história relatava, também, a catástrofe do naufrágio do príncipe que é salvo pela pequena sereia. Enamorada, ela procura a bruxa dos mares para que transforme a sua cauda numas bonitas pernas. Mas em troca ficaria sem a sua voz, com a agravante de, caso o príncipe venha a casar outra mulher, vir a morrer, transformando-se em espuma do mar. O príncipe maravilhado, enquanto dançava com ela, pede-lhe que ficasse com ele para sempre. Contudo, o rei anuncia o casamento do príncipe com uma princesa do país vizinho. A pequena sereia sabia que assim morreria, mas as irmãs disseram-lhe que ainda se podia salvar. Tinham ido ter com a bruxa que lhes deu um punhal para quebrar o feitiço "Só tens de o enterrar no peito do príncipe. O seu sangue cobrirá os teus pés e voltarás a ser novamente uma sereia"... Bolas!... Mas o que é isto? Logo ali tive que reinventar um final para a história que acabou no princípe transformado num peixe que viveria para sempre junto da pequena sereia.
Depois veio a história do soldadinho de chumbo que se apaixonou por uma bailarina. Mas esta também acabava mal... ambos morrem "derretidos" na lareira - é esse mesmo o termo! Claro que eu disse que o Pai Natal chegou a tempo de os salvar e colocou-os juntos à frente da lareira... a dar beijinhos no quentinho (aproveitei para fazer iniciação à educação sexual); depois veio a história da carochinha...pois, o João Ratão acabava na panela...mas - inventei eu - a carocha chegou a tempo de o salvar e foram para a lua de mel! Bem, depois vinha o Capuchinho Vermelho e antes que a pequena me perguntasse porque é que o caçador tinha que atirar no lobo - que é um animal em extinção e não fosse o tiro ferir a avozinha e a netinha que haviam sido engolidas - procurei logo uma nova colectânea de histórias, desta vez mais apropriadas, menos crueis ... histórias de bichos pequenos que não machucam nem ferem e que até os grandes se divertem!(Obrigado Alvaro Magalhães!).



Mas antes de adormecer a minha pequena ainda me perguntou "o que aconteceu àqueles meninos que estavam junto à praia quando veio a onda grande?...
Não veio nenhuma fada, nem pai Natal, nem Menino Jesus, nem Harry Potter salvá-los!
"Foram para o céu filha...transformaram-se em estrelas iguais àquelas que à noite se vêem!

El Greco

1 comentários:

Anónimo 28/12/2004, 09:05:00  

Muito bem, muito bem!

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