Vida difícil, a de jornalista e comentador
Imaginem a dificuldade dos nossos jornalistas e comentadores nos dias de hoje. Vejamos, a propósito dos últimos acontecimentos políticos:
“O Presidente da República demitiu o governo…”
Não, não foi isso… “O presidente da República dissolveu a Assembleia da República…”
Também não foi assim … ”Anunciou que iria dissolver a Assembleia da República, esquecendo-se de avisar o Presidente da Assembleia que ficou triste”, ou seja, anunciou que ia despedir, sem justa causa, os deputados da nação, porque quem ele queria despedir, com justa causa, era o governo…”
Não, o mais correcto é… “O Governo é que se demitiu quando soube que o presidente ia dissolver a Assembleia da República...”
Não, não foi quando soube, “foi quando o presidente informou formalmente que ia dissolver a Assembleia…”
Ou melhor, “o governo só se demitiu quando o presidente disse, preto no branco, que ele não era um governo credível, mas que ia continuar em plenos poderes institucionais, só que limitados politicamente, ou seja uma espécie de governo de gestão sem o ser. Nesse sentido o governo, por birra, decidiu demitir-se, mas também porque queria regras claras. Com um governo de gestão eles sabem o que podem fazer, por ex: vender património ao desbarato e fazer propaganda como os outros ou continuar a fazê-la de forma menos descarada!”
E logo em seguida (4 dias depois), o PSD/CDS-PP, imbuídos num propósito comum, anunciaram que vão “cu-ligados”, que é como quem diz, vão “separados numa união de facto”, que resultou de um divórcio repentino, acompanhado do anúncio de novo acordo matrimonial pós-eleitoral (a Igreja nem faz reparos a esta promiscuidade). E assim, mesmo que o PS ganhe, mas não tenha a maioria absoluta, eles estão prontos para assumir mais uma vez a sua “lua de fel”.
Bolas!...Acho que é mais fácil afirmar que “O poder político - tal como Arafat - está definitivamente morto!”
El Greco
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