O périplo de Água d’Alto
Eu, como muitos outros micaelenses, vejo a praia de Água d’Alto como uma das minhas favoritas.
Ontem, após uma vistoria pelas nuvens à procura de uma brecha por onde o sol estivesse a passar, reparei que a dita cuja, a brecha, estava sobre um pouco da costa sul, precisamente ali para os lados da praia de Água d’Alto. “Porreiro”, pensei eu, “alia-se o útil ao agradável”. Óculos escuros na cara, Jimi Hendrix nas colunas, braçadeiras na bagageira (nunca se sabe…), e lá fui eu de sorriso na cara para a praia.
Algo no lugar mais recôndito da minha mente tentava avisar-me num berro surdo “Aquilo é um desatino para estacionar, volta para trás!”. Mas ir à praia de Água d’Alto é como ouvir a música do Pedro Abrunhosa: a gente sabe que nos irrita profundamente, mas quando passa na rádio não mudamos de estação… (vá lá, admitem!!)
E pronto, não é que o berro surdo tinha razão? Lá chegado, fiz umas duas rondas à zona à procura de lugar para estacionar. Não havia, claro! Entre stresses de carros mal parados, de engarrafamentos estúpidos e de pessoas a andar no meio da estrada, lá fiz mais umas quantas rondas. Nada! Desisti de procurar um lugar para estacionar e comecei à procura de um buraco onde simplesmente enfiar o carro.
Nada!!
Mais uma ronda. Entre os palavrões que me ecoavam no cérebro, lá pelo meio saíam coisas como “Qual foi a parte desta m*rd* de praia precisar de um parque de estacionamento que essa gente ainda não percebeu?!?!”
Desisti de procurar o buraco. Nesta altura eu já só queria largar fogo ao carro, ir deitar-me na areia e depois os bombeiros tratariam do resto. Visto que esta não era uma alternativa inteligente, até porque depois teria de voltar para casa, decidi assumir uma atitude mais agressiva.
Foi quando vi pela esguelha do olho um senhor que ia sair com a sua moto. Fui a correr para lá, dei um apitozito e perguntei com o dedo indicador “vai sair?”. Ao que o senhor respondeu com a mão aberta “daqui a 5 minutos”, gesticulando de seguida “ainda tenho de pôr o capacete e vestir o casaco”. Retorqui eu com as duas mãos “Ora, que c#@&$#!!!, Se vais sair daqui a 5 minutos, então tira a p*rr* da moto de vez, né?”. Entre sopros e olhares ameaçadores, lá o senhor tirou a moto.
Repararam que eu disse que ele ia tirar a moto, não repararam? Ou seja, tive de lá enfiar o automóvel e sair pela porta de trás, já que as da frente não tinham espaço para abrir. Vociferei um “obrigado” ao passar pelo dono da moto, tentando manter a postura orgulhosa de macho-alfa, entretanto completamente perdida depois do ridículo de ter saído pela porta de trás do carro.
Com esta aventura semi-esquecida, lá fui eu, assobio na boca, guarda-sol na mão, protector solar no nariz, braçadeiras nos braços e barbatanas nos pés…
No fim, valeu a pena todo o esforço, já que a praia estava impecável… à excepção da senhora que só conseguia comunicar com os filhos em ondas sonoras acima dos 10.000 decibéis… mas isso já é outra história…
Ontem, após uma vistoria pelas nuvens à procura de uma brecha por onde o sol estivesse a passar, reparei que a dita cuja, a brecha, estava sobre um pouco da costa sul, precisamente ali para os lados da praia de Água d’Alto. “Porreiro”, pensei eu, “alia-se o útil ao agradável”. Óculos escuros na cara, Jimi Hendrix nas colunas, braçadeiras na bagageira (nunca se sabe…), e lá fui eu de sorriso na cara para a praia.
Algo no lugar mais recôndito da minha mente tentava avisar-me num berro surdo “Aquilo é um desatino para estacionar, volta para trás!”. Mas ir à praia de Água d’Alto é como ouvir a música do Pedro Abrunhosa: a gente sabe que nos irrita profundamente, mas quando passa na rádio não mudamos de estação… (vá lá, admitem!!)
E pronto, não é que o berro surdo tinha razão? Lá chegado, fiz umas duas rondas à zona à procura de lugar para estacionar. Não havia, claro! Entre stresses de carros mal parados, de engarrafamentos estúpidos e de pessoas a andar no meio da estrada, lá fiz mais umas quantas rondas. Nada! Desisti de procurar um lugar para estacionar e comecei à procura de um buraco onde simplesmente enfiar o carro.
Nada!!
Mais uma ronda. Entre os palavrões que me ecoavam no cérebro, lá pelo meio saíam coisas como “Qual foi a parte desta m*rd* de praia precisar de um parque de estacionamento que essa gente ainda não percebeu?!?!”
Desisti de procurar o buraco. Nesta altura eu já só queria largar fogo ao carro, ir deitar-me na areia e depois os bombeiros tratariam do resto. Visto que esta não era uma alternativa inteligente, até porque depois teria de voltar para casa, decidi assumir uma atitude mais agressiva.
Foi quando vi pela esguelha do olho um senhor que ia sair com a sua moto. Fui a correr para lá, dei um apitozito e perguntei com o dedo indicador “vai sair?”. Ao que o senhor respondeu com a mão aberta “daqui a 5 minutos”, gesticulando de seguida “ainda tenho de pôr o capacete e vestir o casaco”. Retorqui eu com as duas mãos “Ora, que c#@&$#!!!, Se vais sair daqui a 5 minutos, então tira a p*rr* da moto de vez, né?”. Entre sopros e olhares ameaçadores, lá o senhor tirou a moto.
Repararam que eu disse que ele ia tirar a moto, não repararam? Ou seja, tive de lá enfiar o automóvel e sair pela porta de trás, já que as da frente não tinham espaço para abrir. Vociferei um “obrigado” ao passar pelo dono da moto, tentando manter a postura orgulhosa de macho-alfa, entretanto completamente perdida depois do ridículo de ter saído pela porta de trás do carro.
Com esta aventura semi-esquecida, lá fui eu, assobio na boca, guarda-sol na mão, protector solar no nariz, braçadeiras nos braços e barbatanas nos pés…
No fim, valeu a pena todo o esforço, já que a praia estava impecável… à excepção da senhora que só conseguia comunicar com os filhos em ondas sonoras acima dos 10.000 decibéis… mas isso já é outra história…
11 comentários:
Este blog está, cada vez, mais educativo!!
"Périplo"??!!
Até me obrigas a ir ao dicionário Hélder!
Ainda bem que foste ao dicionário, porque assim podes explicar-me o que quer dizer a palavra...
Só usei porque achei que soava bem... de repente ainda chamei nomes à mãe de alguém sem querer...
;-)
http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A9riplo
Andreia a fazer serviço público aos visitantes mais ignorantes (tipo eu) ou distraídos do blog!
Já agora, e para aproveitar o serviço público, o que quer dizer palíndromo, crestomatia, entomologia, florilégio e analecto?...
:-D
Nem tás a pedir muito nem nada! lol
Mas eu sou gaja para continuar com o "serviço público"!
Cá vai (pela ordem de apresentação):
Palíndromo: do Gr. palíndromos, que corre para trás
adj.,
diz-se da palavra ou número cuja leitura é a mesma, quer se faça da esquerda para a direita, quer se faça da direita para a esquerda;
Crestomatia: do Gr. chrestomátheia, instrução útil
Entomologia: é a ciência que estuda os insetos sob todos os seus aspectos e relações com o homem, as plantas, os animais e o ambiente. A palavra Entomologia é proveniente da união de dois radicais gregos, entomon (inseto) e logos (estudo) e vem sendo empregada desde Aristóteles (384-322 a.C.) para designar “Estudo dos insetos”.
Atualmente a Entomologia está basicamente especializada, envolvendo muitas áreas tais como: Morfologia, Fisiologia, Biologia, Ecologia, Taxonomia, Sistemática, Resistência de plantas a insetos, Controle Biológico, Controle Químico, Toxicologia, Apicultura, Comportamento, Entomologia Florestal, Métodos alternativos de controle, Entomologia Médica e Veterinária, Entomologia Forense, Urbana e Econômica
Florilégio: do Lat. flore, flor + leg, r. de legere, escolher
Analecto:do Lat. analectu < Gr. análectos, recolhido.
Uff...
;)
Chiiiça, belas leitoras que nós temos!! Que eficácia, lol...
;-)
Belas leitoras??
Desculpa, eu exijo um pouco de singularidade, nem que seja por 5minutos.
E nem é por cá vir todos os dias, e já ter visto todos os videos, e não perder o El-Açor há uns quantos anos. É porque eu tive de roda do wikipedia e de outro site qualquer a procurar o significado destes palavrões!!!
Tens razão, singularidade merecidamente atribuída!!
;-)
Agradecida!
:D
E onde é que eu me situo no meio destas singularidades?? aiaiai mister james bunda!
Não te preocupes Ticha!
Os meus 5minutos não são eternos!
Já agora, amei a boca que mandaste ao Sr Rocha! eu também já não tava a aguentar a história da censura! Cada um faz do seu blog o que quer.
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