sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Bom "anus" para todos!

Olha se isto NAO fosse cá!

Era caso para admirar!

Então estava morta e andava para aí a chatear a Administração Pública e a pagar impostos...
Que chatice!

Olha se isto fosse cá!

Será que a natalidade em R. Peixe quadriplicaria?...

Ficariamos "plasmados"... (claro, compravam-se logo uns plasmas na Rádio Popular!)

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Génesis always



Para ouvir e chorar por mais!

El greco

Isto é que é ser artista

Isto não é só enviar um simples postal… há que fazer mais qualquer coisa…

Façam o favor de clicar no link em baixo e boas festas para todos!

http://www.elfyourself.com/?userid=6740b3728d6a5b88ef1cb14G06122104

El Greco

E dois anos depois...

...já temos contador de visitas!
O problema é que pelo caminho ficaram por contar as milhares de visitas que tivemos ao longos destes dois anos (prái umas 20 ou 21).

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

Tunalhos no cinema...

Cá está, uma das incursões dos Tunalhos no mundo do cinema.
Este belo filme, "O Barco do Amor", foi realizado para o 10º aniversário dos Tunídeos e teve a brilhante participação dos Tunalhos (que sêrimos a gent).
Senhoras e senhores, apresentamo-vos o Ámen no papel de "Doc", o Gri no papel de "O Pai", o Hélder no papel de Pescador 1 (ou 2, conforme a perspectiva) e do homem das legendas, e o Tiago no papel do Pescador 2 (ou 1, conforme a perspectiva) e como voz off brasileiro.
O filme narra, nada mais nada menos, do que o aparecimento dos Tunídeos...

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Lagoa "tornada" notícia

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

FC Porto - Chelsea

O Mourinho já treme... Vai voltar a ter uma forte dor de cabeça!

El Greco

O que temos andado a fazer?!... Nada!

Depois de umas férias de verão muito cansativas com actuações nos principais palcos do mundo (Flores/Cabouco e Arrifes) e depois de uma aparição na recepção dos caloiros e no último Insula - Festival de Tunas organizado pela Tuna com Elas - no qual mais uma vez brilhámos... graças a uns brilhantes que levámos na cara -, os Tunalhos entraram numa espécie de reclusão, adiando e recusando inúmeras propostas de trabalho (2 ou 3). Estão a preparar a nova época, apesar de nunca mais se terem reunido. Fica já um encontro marcado por altura dos Reis, no sítio do costume (Capelas). Mas as ideias fervilham e não tardará o dia em que vamos reaparecer junto do público... com toda a nossa modéstia e esplendor!

El Greco

2º Aniversário do blog

Meus caros amigos,
pensava-se que estava morto desde Julho de 2006 - o que é verdade -, mas por mero acaso lembrei-me que ontem, 14 de Dezembro, este blog fez 2 anos. Como prenda de aniversário ele só quer ser reactivado com as reflexões pertinentes que sempre o caracterizaram...
Como nesta época há mais luz e amor pode ser que haja inspiração para fazer retornar à blogosfera aquele que em tempos foi o blog mais... esforçado para acabar com a alienação em que todos vivemos...

El Greco

quinta-feira, 6 de julho de 2006

Afonso Henriques vai ser visto por médicos

"Cientistas vão abrir hoje em Coimbra o túmulo do primeiro rei de Portugal"

Vão-lhe fazer algumas intervenções para elaboração da ficha médica!
Esse gajo não devia estar nas listas de espera?!...

Os números da greve

"Adesão à greve na Administração Pública oscila entre 50 e cem por cento"

Bem que podia ser uma informação mais rigorosa: a oscilação é entre os 0 e os 100%!

O fim do sonho



"Bem que o Ricardo podia ter defendido só mais esta! Acho que vai agora de férias até à França!... Era para ir a Inglaterra, mas só o deixavam lá entrar com as mãos amputadas."

Dr. Narciso, ortopedista

"Merecíamos ir ao prolongamento e às grandes penalidades! Isto de só os franceses terem direito a marcar penaltis é uma merda!"

Dra. Cassilda, defensora dos direitos humanos!

"Não deixaram o "patinho feio" virar cisne!"

Calimero, criador de aves e contador de fábulas

"Até que enfim! Já podemos de novo falar da nossa insignificância! Isto de pensarmos que podemos ser os melhores já estava a deixar-me deprimido! Agora é que vou colocar a bandeira no carro!"

Eça de Queirós, escritor light

"Ontem, o Scolari não podia ter inovado um bocadinho? Sei lá... o Nuno Gomes fazia anos!"

Rui Coutinho, comentador desportivo

" Foi falta de sorte! Estragou-me a previsão"

Mestre Cassima, vidente

segunda-feira, 26 de junho de 2006

Como se espreme uma laranja!







Sofrer até ao fim!












Maniche do "caraio"!

















Vai lá buscá-la Van!

quinta-feira, 22 de junho de 2006

O verdadeiro risco da nossa selecção

Já encomendei uns móveis novos em Paços de Ferreira e já comprei uns computadores para toda a família na Feira Popular porque acredito que vamos ser campeões e o dinheiro ser-me-á devolvido. Por isso, caros amigos, se a selecção por qualquer motivo não ganhar o mundial, moverei um processo-crime individualmente ao seleccionador e a todos os jogadores. Caso isso não dê nada, sou homem para abater o 1º jogador que me aparecer pela frente (Cuidado, Pauleta...vens cá de férias né?! A não ser que a tua escola de futebol me financie a despesa!...)

El Greco

terça-feira, 6 de junho de 2006

Regras para o período do mundial que se avizinha

À atenção de todas as mulheres

1. Do dia 9/6 até dia 9/7 2006, devem ler a secção desportiva dos jornais para se informarem do que se passa. Caso contrário, não poderão juntar-se às conversas. Caso não o façam, serão olhadas de uma forma negativa ou até mesmo completamente Ignoradas. NÃO SE QUEIXEM se não receberem qualquer tipo de atenção.
2. Durante o CAMPEONATO, a televisão é nossa, 24 horas, sem qualquer excepção.Se olharem mesmo de relance para o Comando da TV, correm o risco de perder 1 olho.
3. Passar em frente à TV durante um jogo é permitido, desde que seja a rastejar pelo chão, sem causarem distracções. Caso pensem em se colocar nuas em frente à TV, seria melhor vestir qualquer coisa. Se apanhanharem uma constipação, não teremos tempo de as levar ao médico durante este período.
4. Durante os jogos, seremos cegos surdos e mudos, com excepção de vos pedirmos para nos chegarem uma cerveja fresca ou qualquer coisa para comer. Não pensem sequer que vos vamos ouvir, nem peçam para abrir a porta, atender o telefone o Ir buscar o bebé que caiu do berço. Isso não vai acontecer.
5. Seria uma boa ideia vocês guardarem 1 ou 2 dúzias de bjecas bem frescas e em permanência e sempre qualquer coisa para petiscar, e também uma cara sempre bem disposta para os amigos que venham lá a casa ver os jogos. Em troca, poderão usar a TV entre a Meia-noite e as 6 da manha, com a excepção de retransmitirem algum jogo durante esse período.
6. POR FAVOR, caso nos vejam de trombas porque a selecção esta a perder (Improvável) NUNCA digam, "deixa lá, ganham para a próxima". Correm sérios riscos. Palavras de encorajamento nesta altura são contraproducentes,
7. São sempre bem vindas para se sentarem ao nosso lado durante UM jogo e para falarem connosco durante os intervalos, mas apenas durante os anúncios e apenas se o resultado nos agradar. Atenção que dissemos UM jogo e assim sendo não usem a desculpa do Campeonato, para passarmos algum tempo de qualidade juntos.
8. Ao contrario do que julgam, as repetições dos golos SÃO muito importantes. Não interessa se os vimos ou não vimos. Queremos vê-los outra vez e de preferência muitas vezes.
9. Seria de toda a conveniência as Amigas não terem filhos durante este tempo ou não agendarem qualquer evento social durante este período, porque:
A ) não poderemos irB ) não iremos eC ) não vamos.
MAS caso o marido dessa amiga nos convide a ir assistir um jogo lá em casa, é como se já lá estivéssemos.
10. As reportagens, debates e entrevistas durante o Campeonato, são tão importantes como o jogo em si. Não pensem sequer em dizer "já não viste esta po### , porque não mudas de canal para vermos qualquer coisa todos juntos?". A resposta será: "Por favor ver a regra numero 2 desta lista."
11. Por favor guardem a frase "Graças a Deus o campeonato só é de 4 em 4 anos". Somos imunes a este tipo de pressões. Não se esqueçam que temos o Campeonato Nacional, a Taça, a Liga dos Campeões, a UEFA, o Chelsea do Mourinho, a Liga espanhola, a Italiana, etc.
12. Será oportunamente comunicado se estas regras serão aplicáveis a outras competições e modalidades.
Antecipadamente gratos pela vossa colaboração.
Com os melhores cumprimentos,
Homens do Mundo
P.S. - Não é da nossa autoria, chegou-nos por mail, mas achamos que temos o direito e o dever de divulgar!

sexta-feira, 2 de junho de 2006

Estatuto da Carreira Doente

Ficámos a saber que está a decorrer o recenseamento obrigatório de equídeos, portanto de cavalos, muares e burros. Ora, se relativamente aos cavalos é bem provável que, por via da sua educação, estatuto e nobreza, seja fácil o recenseamento, o mesmo não se pode afirmar quanto aos muares e burros. É que há muitos que não sabem que o são – são burros, né? – e depois, em virtude dos handicaps ao nível da sua formação escolar - e por serem tapados e teimosos como alguns políticos -, não saberão qual o caminho a tomar…















1 - Estamos de acordo com a Sra. Ministra da Educação, quando diz que o trabalho dos professores "não se encontra ao serviço dos resultados e das aprendizagens, sendo uma classe que não tem como objectivo o sucesso educativo dos alunos” –, assim um pouco à semelhança do trabalho da Sra. Ministra – não querendo com isto elogiá-la. Conclusão: são uns sádicos estes professores! “Que os docentes não são orientados para os casos difíceis”, é bem verdade, pois a Sra. Ministra efectivamente é um desses casos e muitos dos docentes não estão para a aturar. Isto tudo a propósito do novo Estatuto da Carreira Docente, que é para entrar em vigor a partir de Janeiro de 2007, altura em que a progressão na carreira dos professores será descongelada. O que está muito bem, porque assim é possível continuar com o ambiente “congelado”, já que se limitam o número de lugares a prover por escola para o patamar de Professor Titular e as percentagens máximas de atribuição das classificações de Muito Bom e Excelente. Os senhores professores fiquem sabendo que apenas se estão a alterar as suas expectativas e nunca os seus direitos, como diz o Sr. primeiro Ministro…certo?

2 - Muitas são as aberrações das novas propostas, desde paragens de tempo de serviço lectivo para efeitos de progressão – mesmo justificadas por motivos fundamentados por lei, como a maternidade e paternidade, doença prolongada, etc - mas uma delas, eventualmente menor, – talvez para fazer esquecer as outras – tem a ver com a proposta de avaliação dos professores por parte dos pais. Já estamos a ver o seguinte diálogo:
“Pois é Sr. Medeiros, o seu filho nunca mais apareceu ás aulas!”
“Sabe Sr. Professor, ele abandonou a escola.”
“Chiu, não diga isso Sr. Medeiros, não é preciso ninguém saber desse pormenor. Sabe que as taxas de abandono entram para a minha avaliação e é uma chatice. Bom, a verdade é que eu tenho que trabalhar com rigor para a excelência e não posso de maneira nenhuma ser condescendente. Face ao desempenho do seu filho, eu estava aqui indeciso entre o 4 e o 5 e queria saber a sua opinião.”
- “ Não pode ser um 10?”
- “Sr. Medeiros, a escala de avaliação para o 3º ciclo só vai até 5!”
- “ Pronto, está bem, que seja o 5.”
- “Olhe, já agora, eu queria informá-lo que quando lhe derem uma ficha para avaliar o meu desempenho e as minhas competências como professor - não se esqueça que eu sou o professor de História - , se a menção for qualitativa deve colocar sempre “excelente”, se for quantitativa deve colocar um 10.”
- “ Como é que é? Se o quê for o quê? Mas então, se o Sr. professor só vai dar 5 ao meu filho, quer que eu lhe dê 10 a si? Deve pensar que eu sou parvo, não?!... Leva 5 e não se fala mais nisso.”
- “Mas Sr. Medeiros, depois quando o seu filho chegar ao Secundário eu prometo que lhe dou 20. Vá lá, você não me pode dar 5! É que isso pode fazer com que a minha avaliação seja satisfatória e se assim for “eu satisfaço” mas o estado suspende a minha progressão e não me dá mais dinheiro”
- “O Sr. professor não tem um computador a mais que possa ceder para eu ir à Internet?”
- “Claro, leva o meu computador e uma impressora nova que comprei nos saldos da Rádio Popular.”
- “ O Sr. professor pode ficar descansado… fez um negócio excelente.”
- “Você a partir de hoje, Sr. Medeiros, não tem que se preocupar com a educação do seu filho - que está bem entregue e eu garanto-lhe 100% de sucesso. Agora basta preocupar-se com a minha avaliação e fica tudo resolvido. Desejo-lhe as maiores felicidades e também para o seu filho. Com esta educação só prevejo um futuro de sucesso…pelo menos enquanto ele estudar, quer-se dizer, enquanto andar na escola… a coçar-se!”

P.S. - Não me venham com a treta do rigor e da justiça na avaliação dos docentes... Nestas propostas, um professor pode ser muito bom ou excelente, mas face à existência de cotas na subida para professor titular e face à limitação do nº de avaliações de muito bom ou excelente ele pode ficar a "navegar" eternamente no meio da carreira. Não há uma preocupação com o que interessa: o VERDADEIRO sucesso dos alunos e a sua correcta avaliação, mas tão só uma preocupação economicista - e para a poder justificar aos olhos da sociedade basta denegrir a imagem do professor.
Não estou contra a avaliação dos docentes e algumas das propostas encontradas poderão ser válidas. Contudo, encontro no meio de tudo isto um enorme contra-senso : falamos do inevitável aumento da condescendência ao nível da aprendizagem dos alunos, conduzindo, ainda mais, ao facilitismo e ao "sucesso da mediocridade". Os nossos alunos, no futuro, pensarão que tudo vai ser fácil, até se depararem com a vida real e com o inferno que os nossos governantes fazem dela...
No final de cada ano toda a escola vai estar envolvida - e ainda mais "burocratizada" - na avaliação dos docentes, numa altura em que devia estar empenhada na reflexão em torno da avaliação dos seus alunos, do seu projecto de escola e da preparação do novo ano escolar. Mas já nem vou por aqui: tudo depende da eficiência e organização que cada escola souber implementar para que tudo decorra bem.
Nas escolas mais problemáticas recomendo aos colegas que fujam delas - afinal a Sra. ministra não diz que fugimos dos casos mais dificeis? - caso contrário estarão condenados ao fracasso da vossa avaliação, mesmo que consigam algum sucesso verdadeiro no desenvolvimento dos vossos alunos.
Finalmente, sobre a questão muito discutível da avaliação dos professores por parte dos pais - a escola saberá distinguir o trigo do joio - isso é capaz de ser um dos aspectos menos relevantes: soa-me apenas a "manobra de diversão" para se esconder o resto!

quinta-feira, 1 de junho de 2006

O desporto Rei

É bom ver que muitos séculos depois de a pátria Lusa se ter unido para combater os mouros, expulsar os castelhanos e escorraçar as tropas de Napoleão, há ainda motivos nobres que fazem juntar toda uma nação sob uma bandeira. E que motivo mais nobre se poderia exigir hoje em dia, do que o futebol?

1 - Pois é, caríssimos leitores, hoje, não havendo invasores das arábias nem da Espanha, é o futebol (conhecido como desporto Rei) que desperta em nós o mais nobre sentimento patriótico!
E tudo começa com o seleccionador da equipa de todos nós - esse grande português que é Scolari. O próprio nome do senhor indica que é um descendente luso a 100%, das famílias dos Scolari dos Santos... Pois, pois! Mas o que é certo é que o mister se dirige a cada um de nós a pedir apoio com cachecóis, camisolas e bandeiras de Portugal.

2 -
É verdade meus senhores, a imprensa anda toda desorientada a falar do livro do Carrilho e da guerrilha em Timor, do preço do gasóleo e tal, e ninguém (excepto os Tunalhos, claro!) se lembra de analisar aquilo que realmente interessa ao mundo e que é "A Mais Bela Bandeira de Portugal", o evento realizado no estádio do Jamor, em Lisboa, no fim-de-semana passado (que foi o fim-de-semana antes deste).
Ora bem, quando nós ouvimos dizer que aquilo era uma bandeira feita só por mulheres pensámos logo "Está certo, deve ser uma bandeira feita em ponto-cruz ou arraiólos". Logo vimos que estávamos enganados... aquilo, afinal, era uma bandeira feita mesmo pelas mulheres que foram ao estádio. Foi lindo! Umas vestidas de verde (entre as quais as mulheres dos jogadores do Sporting), outras vestidas de vermelho (que eram as mulheres, ex-mulheres, namoradas e amantes dos jogadores do Benfica) e outras vestidas de amarelo (que deviam ser as mulheres dos jogadores da... do... bom! Eram as mulheres dos jogadores de um clube qualquer que equipa de amarelo). Aquilo estava giro e tal, com a Dulce Pontes a cantar "A Portuguesa" em versão acústica e as mulheres todas em delírio.
E tudo parecia bem, mas depois nós pensámos: "Espera aí! Então se a bandeira está ali, feita pelas mulheres no revaldo, onde é que está o varão para a pendurar?" Ora, a resposta surgiu rapidamente. Com mais de 15.000 mulheres no revaldo, era óbvio que eram os homens que estavam a assistir nas bancadas que estavam a tratar de "erguer" o varão!!
Nunca uma bandeira fez erguer tão alto a "moral" dos homens deste país.

3 - Para terminar, e numa semana em que a crónica se dedica em exclusivo à temática do futebol, gostaríamos só de abordar aqui dois assuntos de última hora acerca de jogadores da selecção tuga.
Em primeiro, dizer que compreendemos a decisão do Scolari em não convocar o Quaresma. É que, como o tipo é cigano, eles tiveram medo que ele começasse a vender camisolas e cachecóis falsificados a 10 euros a dúzia... Ia ser chato para o merchandising da Federação Portuguesa.
Em segundo lugar, revelar aqui, em primeira mão, que Pauleta - a estrela dos Açores - vai abandonar a sua carreira no final deste Mundial na Alemanha. O jogador terá dito "Vou deixar a minha carreira, por causa das lesões, sobretudo na cabeça... é que depois de tanta cabeçada no flamengo, tou com um traumatismo craniano". Ou seja, Pedro Pauleta vai deixar de fazer publicidade a queijos para se dedicar somente ao futebol.
Por esta semana é tudo, abraços e até mais ver!

In Azórica Nº 54, Jornal dos Açores, Edição de 27 de Maio de 2006

O efeito pimba

Estive mesmo para assistir ao Rock in Rio este ano, mas infelizmente não consegui ir por falta de tempo ($). Todavia, e como gosto sempre de ver as coisas pela positiva, não entristeci completamente, porque apesar de não ter ido ao Rock in Rio, eu vou ao I Festival de Ponta Delgada.

Assim, e sem nada para fazer, decidi ir ao cinema ver “O Código da Vinci”. Aí há uns tempos atrás, quando o livro começou a causar furor e não havia quem não o comentasse freneticamente, optei por recusar a mim mesmo o prazer de o ler. Sou um pouco assim, sofro do “efeito pimba”.

O que é o “efeito pimba”? Bom, quando um produto atrai a muita gente com os mais variados gostos, deduzo que seja assim por ser comercial, logo não me atrai.

Todavia, a situação chegou a um ponto ridículo, já que cerca de 25 milhões de pessoas já o tinha lido e adorado. Então pensei cá para mim: ”Eu não devo estar certo sozinho e os outros 25 milhões de pessoas espalhadas pelo mundo estão todas erradas, não é?”. Por isso, dei-lhe o benefício da dúvida e lá desembolsei 18 euros pelo livro.

Comecei com dúvidas, mas depois dei por mim a devorar as páginas e a ir à net analisar a “Última Ceia” e a visitar o site do Louvre e tudo e tudo. (Isso quer dizer que gostei do livro).

Só que, à laia de bola de neve, as coisas começaram a ficar um pouco fora de controlo. Apareceram doutores com altas teses a contradizer os “factos” do livro, a Igreja reagiu indignada, escreveram-se uns 200 livros sobre os Templários e a Opus Dei e a Irmandade do Sião, os canais de televisão lançaram debates intelectualóides sobre o tema, e até o Discovery Channel fez grandes documentários sobre o Santo Graal e sobre Maria Madalena e Jesus.

Ao assistir a isso tudo, houve uma pergunta que me saltou logo à mente: qual foi a parte da palavra “Romance” que vem na capa do livro que as pessoas não perceberam?

Eu sei que o livro ganhou o crédito de lançar o debate sobre factores importantes e esquecidos (como os Evangelhos Gnósticos) e que o tema é controverso, ataca os próprios alicerces do cristianismo, mas aqui entre nós… é um romance!

Eu também podia escrever uma teoria bem elaborada e “fundamentada” a defender que os Açores foram descobertos pela Irmandade Talassodicense da Birmânia no séc. II e que o governo sempre escondeu este facto porque… sei lá, porque não gosta de russos. Mas daí a dedicarem um programa inteiro dos Prós & Contras a isso e a levarem lá um Professor Doutorado na temática Talassodicense para discutir com um defensor da Teoria Birmanesa vai um grande passo…

Conclusão: o “efeito pimba” quando chega, chega para todos, até para os doutores e intelectuais…

PS- parabéns ao Dan Brown que já está podre de rico…

In Jornal dos Açores, Edição de 31 de Maio de 2006

domingo, 21 de maio de 2006

"Cotação ao alto"

Já neste fim-de-semana sai à rua o andor mais reverenciado da ilha de S. Miguel.Parece que o Mourinho vai passar por cá para agradecer os dois títulos consecutivos na Liga Inglesa. Tememos que inveje o Senhor, dizendo: “Ouve lá, esse lugar aí é meu! Qual é o clube que treinas? Deve ser muito rico!”

1 - E cá estamos nós de novo no mundo real, depois de termos actuado num terço dos coliseus do país, para comentar mais alguns assuntos da vida séria. Já neste fim-de-semana sai à rua o andor mais reverenciado da ilha de S. Miguel. Nestes dias, a cidade fica linda, cheia de luzes (135 mil lâmpadas para sermos mais precisos) e de suaves cheiros - numa mistura exótica e aromática do verde floral com o chouriço assado. No domingo as ruas não se vão ver esburacadas, mas sim cheias de bonitas flores. Mas a maior preciosidade destas festas é o seu carácter eminentemente religioso. Nas festas do Senhor Santo Cristo, as barraquinhas são acessórias e o seu crescimento este ano deve-se, apenas, ao facto dos micaelenses também quererem alienar-se e curar depressões - têm esse direito - numa clara acção de concorrência e inveja, pelo facto dos terceirenses, neste aspecto, lhes tomarem a dianteira.

2 - Porque nos acusam, por vezes, de não termos outros conhecimentos de índole mais séria e produtiva, nomeadamente em matéria de finanças e investimentos, eis a oportunidade para vos dar conta da bolsa num minuto:
Com a saída do Santo, prevê-se uma elevada cotação do ouro e não é de excluir o aumento de “opas” com a grande massa de investidores atentos ao desenrolar de toda a operação.
Já a Chicharro & Peixes, Lda reviu hoje em alta a recomendação sobre o sector pesqueiro de neutral para 'overweight', na sequência de uma melhoria dos fundamentais do sector, segundo uma nota de 'research' hoje divulgada. Segundo comunicado da Chicharro & Peixes, Lda, e passamos a citar, "Ehm, a gent tá a pescar belos Chicharros e belas besugas práqui, chiça”.
Por outro lado, a Rabo de Peixe S.A. esclarece que não faz cobertura da Calheta S.A., dado que, e citamos, "as suas acções negoceiam sobretudo em blocos de cadeia, com largas flutuações nos esfaqueamentos e nos preços durante a sessão de arrombamentos e espancamentos". Numa nota relacionada, o produto de tráfego de heroína na Calheta S.A. aumentou uns saudáveis 16,5 por cento homólogos, com o melhor desempenho entre os repatriados listados a pertencer à empresa, com uma subida de 16,6 por cento nas receitas da actividade narcótica, para 2,8 mil milhões de euros".De acordo com os dados do índice da bolsa portuguesa PSI 20, os principais motores para o crescimento do lucro da Calheta S.A., neste sector, foram as comissões por roubo de auto-rádios.
Destacamos ainda a Tunalhos S.C. (Sociedade Conhecida), seguindo em alta na Euronext Lisboa, cujas acções registaram um crescimento de 200%, a subirem para 4, 5 €, sobretudo graças ao excelente desempenho na parte operacional, com vendas de humor caracterizadas por um rácio 'cost-income' de 57,9 por cento. Os seus administradores foram convidados para estarem presentes em Julho numa das maiores capitais financeiras europeias (Flores) isto, claro, se o sector dos transportes aéreos e marítimos estabilizar.

P.S. - Lamento cívico: Soubemos que apenas 30% das aves domésticas fizeram o seu recenseamento, estando já a poucos dias do fim do prazo. Primeiro, é preciso perceber que essa fraca afluência se deve ao receio de sair de casa por causa da gripe. Em todo o caso, seria bom que houvesse uma Comissão de sensibilização no sentido de fazer ver às aves a importância do recenseamento num país democrático. Afinal de contas, como é que querem exercer a cidadania e o direito cívico? Como é que vão eleger os seus representantes, se não estão recenseadas? Como é possível não terem uma opção sobre quem deve governá-las, ou seja, sobre quem no futuro as vai comer?

In Azórica, Nº 53, Jornal dos Açores, Edição de 20 de Maio de 2006

domingo, 14 de maio de 2006

Tunalhos no Coliseu - O Dia Seguinte















Igreja Universal do Reino dos Tunalhos!(Interactivo)


O espectáculo foi muito bonito!
Uma boa casa - nós só quisemos que se enchesse a plateia ... é que nos camarotes não dava para se ver muito bem - e um público do melhor: entusiasta, caloroso e muito receptivo...
Foi um espectáculo ritmado, sem quebras e os artistas estiveram ... bem... ao seu "desnível".
O som e as projecções de video e imagem não falharam em termos técnicos - graças ao João Pedro e ao Luís Bettencourt, a quem desde já agradecemos.
Um agradecimento especial, ao Dr. José de Andrade, - de quem partiu a ideia de montar este espectáculo, tendo tomado a iniciativa de nos fazer o honroso convite, - e aos responsáveis técnicos do Coliseu, nomeadamente ao Sr. António Vieira, pela disponibilidade e apoio. Um agradecimento, também, aos responsáveis do Coliseu pela promoção do espectáculo e a toda a comunicação social envolvida (Um beijinho para a Cristina Oliveira da RDP-A).
Finalmente um agradecimento aos amigos e ao magnífico público presente!

Cumprimentos ao Sr. Presidente da Associação Académica e à festa da reabertura do B.A, em nossa homenagem...

P.S. - Já fomos contactados para ir a uma das maiores capitais europeias ... Flores!

Um espectáculo

É já mais logo, no grande palco do Coliseu Micaelense, que vai ter lugar a actuação artística e cultural mais esperada nos últimos tempos. Referimo-nos ao espectáculo dos Tunalhos que irá revolucionar, certamente, as artes de palco no arquipélago. Depois disto, os outros artistas não saberão o que fazer mais, porque, na verdade, os Tunalhos concentram em si uma panóplia de saberes e uma originalidade na forma de os apresentar que são dificilmente ultrapassáveis. Além do mais… são “artistas”extremamente modestos.

1 - Vai ser um espectáculo de humor, feito com amor, para todas as pessoas que sofrem de mau-humor e também para aquelas que, não tendo mais nada para fazer num sábado à noite, resolvem sair de casa. Para os mais novos (não tem bolinha no canto superior), assistir ao nosso espectáculo é a única forma de saírem da alienação provocada pelos “Morangos com Açúcar”. Para os mais velhos é a oportunidade de se sentirem revigorados – rir faz bem à saúde – e prontos para enfrentarem os maiores desafios que são colocados pelo desenfreado mundo da globalização liberal capitalista causadora dos maiores problemas psico-sociais. Para os Estudantes da U.A, com um bilhete do espectáculo poderão ganhar um fino no Bar Académico, que nesse mesmo dia reabre à comunidade. (Que tal? Isto é marketing do outro mundo!)
O próprio dia (13 de Maio) remete-nos para o simbolismo da “aparição” e do “milagre”, revelando-se, este espectáculo, como o 4º Segredo da Fátima (uma amiga nossa… que há muito esperava que isto acontecesse)

2 – Festeja-se, também, neste dia, o primeiro aniversário da revista “Azórica”, caracterizada por uma grande qualidade e actualidade das suas temáticas, comentários e artigos de opinião e cujo crescimento, em termos jornalísticos, se pode situar, sobretudo, após o inicio da colaboração desses grandes – e mais uma vez modestos – pensadores e intelectuais que assinam a rubrica “palavras Ocas”. Os nossos parabéns e não esquecer que o nosso espectáculo logo, também é dedicado a todos os colaboradores desta excelente revista e do Jornal que a acompanha, pelo que esperamos que estejam presentes sob pena de não escrevermos mais (esta ameaça já deve dar para encher a 2ª fila, depois da primeira ser ocupada pelas nossas mães, mulheres, cunhados, filhos e sobrinhos).

3 – Finalmente, queríamos dar-vos a conhecer – porque não temos, obviamente e no presente momento, outro assunto de interesse – algo que muito nos preocupa: ainda há bilhetes, por isso tememos uma grande concentração de pessoas, próxima da hora do espectáculo, e não gostaríamos de assistir a atropelos. Por outro lado, já informámos o comando da PSP para reforçar a segurança da área envolvente ao Coliseu, face à possibilidade de venda de bilhetes na “candonga” e para evitar os habituais e exigentes fãs que vão querer sempre um autógrafo dos artistas.

P.S. - Então até logo! Pronto, está bem, se preferirem podem ficar em casa a ver a Procissão das Velas!

In Azórica nº 52, Jornal dos Açores, Edição de 13 de Maio de 2006

A luta dos estudantes em Maio

Depois de uma semana muita atarefada ... deixa cá actualizar isto com as crónicas atrasadas...


Há um contra-senso óbvio na comemoração do Dia do Trabalhador: porque se é dia do trabalhador, as pessoas deviam estar a trabalhar, né? Isso é que faz sentido. Pronto, trabalhavam só nesse dia. Isto é a mesma coisa que as pessoas passarem o Dia da Liberdade na cadeia.

1 - Comemorou-se recentemente o 1º de Maio, o Dia Internacional do Trabalhador, o dia em que se comem febras com o pessoal da CGTP. É impressionante como é que se comemora o Dia do Trabalhador num país onde quase não se trabalha. Alias, há logo um contra-senso óbvio na comemoração deste dia: porque se é Dia do Trabalhador, as pessoas deviam estar a trabalhar, né? Isso é que faz sentido. Pronto, trabalhavam só nesse dia. Isto é a mesma coisa que as pessoas passarem o Dia da Liberdade na cadeia.
E porque é que se comemoram só os dias? E as noites não se comemoram? Um guarda-nocturno não tem direito a uma comemoração? E uma striper? Um padeiro? E…um gajo com uma profissão à noite?! Não há a noite do trabalhador, meus amigos!
Há também, o Dia das Mentiras, mas não há a Noite das Mentiras! Bem, neste caso, não é bem assim! Um indivíduo que chega a casa às cinco da manhã, depois de ter estado na curte, não vai dizer a verdade à mulher. Afinal, noite das mentiras é sempre que um homem quiser...
E depois há comemorações que são esquecidas ou que não existem! Há o Dia Internacional da Mulher, o que está muito bem! Mas não há o Dia Internacional da Prostituta - estamos a falar da mais velha profissão que há no mundo. Não! Há o Dia da Árvore! Fiquem a saber que já havia galdérias antes de haver árvores. A 1ª coisa com “galhos” que apareceu no mundo não foi uma árvore, foi o Adão!

2 - Este ano a Semana Académica escolheu um recinto para os seus festejos que em si é uma novidade: o magnífico Complexo Desportivo do Santa Clara. Por sua vez, o Santa Clara patrocinador também é original, já que normalmente os clubes de futebol é que costumam ser patrocinados.
A organização desta Semana Académica inicialmente tinha pensado num recinto com erva, mas já se sabe, meter erva e estudantes no mesmo sítio… já estão a ver, né? Se bem que, por outro lado, se escolhessem um recinto com erva, não precisavam de ter gasto dinheiro com as máquinas de fumo do palco…
Mas o grande evento, claro, além da presença do Tino de Rans, foi, pela primeira vez, a apanha do leitão a par da XIX apanha da cadela! Ao leitão foi só um gajo, mas à apanha da cadela foram todos!

3 – A propósito de vida académica, recordamos aquele momento em que, no início da nossa vida de estudante, somos acometidos de saudade - e necessidade – e surge a altura do primeiro contacto telefónico com os pais: “Tou? Filho? Então estás bom? P. Delgada é uma ilha bonita? Já foste às outras ilhas? (Diz que não... a maré está cheia!...) O quê?! Precisas de mais 500 € para fotocópias? (Muito estuda aquele nosso filho!) São resmas grossas? Ah...são volumes fininhos e especiais! Ouve lá, e tu já bebeste o chá da borreana?! Ah, não?! É outro chá? O mon! Chá mon! Isso faz bem aos “rinzes”não é?!... (Ele diz que faz bem a tudo) Olha, estuda muito, faz-te um homem já que a tua mãe não é! Beijinhos e abraços...”

4 - Uma palavra para os finalistas: o tempo passou e sem darem por isso foram dez anos à vida. Sim, porque não adianta vir para aqui fazer um curso em quatro ou cinco anos, porque senão arranjavam logo emprego e era uma chatice!
Ficam as recordações das viagens de fim de curso. Ainda nos lembramos de uma viagem que fizemos ao Egipto: fomos às esfinges... autênticos monumentos! Mas no Egipto é tudo muito “Cairo” e ultimamente as viagens lá têm sido muito explosivas.
Mas os finalistas podem sempre ter a esperança de chegar longe. Podem vir a ser humoristas como nós e terem uma vida de sucesso… Nós que até acendemos cigarros…com notas?! Não...com o isqueiro! Às vezes até chegamos a andar com a carteira cheia… de notas? Não, de moedas de 1 cêntimo!

P.S. – A não perder o espectáculo dos Tunalhos no Coliseu no dia 13 de Maio. A peregrinação a Fátima pode ficar sempre para outra altura!

In Azórica nº 51, Jornal dos Açores, Edição de 06 de Maio, 2006

sexta-feira, 12 de maio de 2006

É já amanhã! 13 de Maio!...




















No Coliseu Micaelense!
21:30 h
Sessão de autógrafos no B.A (Tem strip)

quarta-feira, 10 de maio de 2006

Já só faltam 3 dias

TUNALHOS, NUM COLISEU PERTO DE SI!
Sábado, 13 de Maio, 21:30 horas

sexta-feira, 28 de abril de 2006

Serem-mos a gente!









(Clicar na img para aumentar)




Quando me disseram eu nem queria acreditar!
A 1ª fila já está esgotada! Por solidariedade - e com um suborno - já conseguimos a presença dos nossos pais, mães, irmãs, namoradas, sobrinhos e primas)

Divulgar pelos amigos...

Histórias do quotidiano

Histórias do quotidiano…

Não aguentamos mais! Temos de vos contar! Por vezes vemo-nos envolvidos em certas situações e temos de lidar com pessoas menos evoluídas moral e intelectualmente. Sentimos logo a tentação de contar a história a alguém, mas ficamos com receio que pensem que estamos a “gozar”. Mas, desculpem lá, não aguentamos mais, temos de contar isso a alguém…

1 - O episódio de quarta-feira Santa, quando mais de uma centena de deputados faltou às votações no Parlamento, originou muito comentário e alarido. Uma pouca vergonha, dizem uns… muitos! Aqui no parlamento regional essa situação seria impensável: pode não haver assuntos na agenda de trabalhos, mas falta de quórum nunca haverá!
A verdade é que há justificação para os senhores deputados irem mais cedo para casa! O seu Estatuto considera motivo justificado para a falta, entre outros, por exemplo, a doença (diz-se muito por ai que o país anda doente… esta é válida), o luto (pois, outros dizem que o pais está morto), a missão ou trabalho parlamentar e o trabalho político ou do partido a que o deputado pertence (oi, oi, oi então esta última justifica tudo, até ir ao futebol).
Mas também houve justificações por motivo de paternidade - presumimos que muitos terão mesmo saído para conceber, accionando o início da paternidade - pelo menos no CDS, foram dois os casos declarados. O que até faz sentido, vindo dum partido pró-vida, duma linha mais conservadora e liberal, onde a procriação está sempre no centro das atenções - até para se poder cumprir os objectivos do crescimento económico, competitividade e produtividade (mais população jovem e activa). E tudo isto leva-nos a uma conclusão muito interessante e pertinente: os putos…para nascerem na Primavera é porque foram concebidos no Verão!

2 - Recentemente foi notícia no nosso país uma mulher que foi submetida a uma operação ao pé errado, deveria ter sido operada ao pé direito, mas quando acordou da anestesia viu que o pé esquerdo é que tinha ido à faca. Em qualquer vila realmente não sabemos qual o peso a dar a esta notícia, mas a verdade é que ela se passou no Centro Hospitalar Vila Real/Peso da Régua. Rosa tem problemas no pé direito desde pequena. Inclusive, esse pé, portanto, o direito, já havia sido submetido a uma cirurgia há quatro anos atrás. Actualmente, vinha sendo acompanhada e havia feito todos os exames a este pé – exacto, o direito - para ser operada. Acordou e tinha gesso no pé esquerdo, fazendo com que, mantendo-se as dores no direito, quase não consiga andar.
Rosa tentou obter esclarecimentos junto do médico responsável pela operação, ao que este lhe terá dito que também o pé esquerdo tinha problemas e que necessitava de uma intervenção. Ora a acção do médico está correcta. Antevendo eventuais problemas naquele pé, portanto, no esquerdo - problemas actuais, futuros…quem sabe? –, o médico cumpriu aquela célebre expressão pombalina “Cuide-se dos vivos e enterrem-se os mortos”, intervindo no pé que efectivamente estava vivo. Por outro lado, revelou uma elevada capacidade ao nível da produtividade, gestão e racionalização dos recursos: já que estava ali para operar o pé direito, porque não operar (de vez) o esquerdo? Pronto, foi o que fez: começou por esse e depois há-de ir ao outro! Mas para a próxima dêem-lhe uma pedra para colocar na mão direita, não vá exceder-se de novo no zelo.

3- É por causa destas desgraças que nós (Tunalhos) temos que fazer alguma coisa. Desculpem lá, não aguentamos mais, temos de contar isso a alguém… Os Tunalhos vão actuar no dia 13 de Maio no Coliseu Micaelense.
In Azórica Nº 49, Jornal dos Açores, Edição de 22 de Abril de 2006

quinta-feira, 20 de abril de 2006

Esquecidos por tudo e todos

É impossível negar que aqui, nos Açores, somos muitas vezes esquecidos. Até a Mãe Natureza se esquece de nós. Porquê? Porque já todos andam há anos a falar do aquecimento global e cá não chega nada! A estação da Primavera, que supostamente traria sol e calor a estas paragens, trouxe mais foi frio e chuva... Ai! Ai! Até tu, Natureza... até tu.

1- É impossível negar que aqui, nos Açores, somos muitas vezes esquecidos, postos de parte ou relegados para segundo ou terceiro plano. Como se já não bastasse sermos uma região ultra-periférica e termos de gramar com os americanos na Terceira, há ainda uma interminável lista de factos (p'raí uns dois ou três) que comprovam esta nossa opinião.
A) Primeiro ponto inegável: os baixos subsídios que são dados à nossa região. Como pode um lavrador, por exemplo, sustentar a monocultura das vacas com tão poucos milhões atribuídos anualmente? É um ultraje! Deveria haver muito mais apoio, pois só assim se poderia encher os campos de vacas, inundar a brisa com o seu perfume e as estradas com a sua... coiso e tal.
Isto para já não falar nos casos dos pescadores ou das famílias com 15 filhos, que mal têm dinheiro para comprar vinho e cigarros.
B) Outra prova de que as coisas aqui ou não chegam, ou então chegam tarde, são os turistas. Ah, pois é! Reparem bem na idade destes escandinavos e vejam se eles não encaixam na parte do "vêm tarde". Se a coisa fosse como devia, mandavam para cá os gajos enquanto eram novos. Isso sim, era turismo de qualidade, com suecas novas para alegrar a rapaziada e fazer subir algo mais para além das taxas de ocupação nos hotéis.
C) Este é, para nós, o ponto mais óbvio de que estamos isolados de tudo e todos. É que até a Mãe Natureza se esquece de nós. Porquê? Porque já todos andam há anos a falar do aquecimento global e aqui aos Açores não chega nada! A estação da Primavera, que supostamente traria sol e calor a estas paragens, trouxe mais foi frio e chuva...
Ai! Ai! Até tu, Natureza... até tu.

2- E por falar em maravilhas da Natureza, os Tunalhos, como amigos chegados que são, decidiram deixar as namoradas e esposas em casa e foram os quatro fazer algo que é d’homem: fomos ver o Instinto Fatal, Parte 2.
A Sharon Stone (ai, a Sharon Stone) pôs-nos todos a pensar. Ela sempre fez filmes, porque é actriz e até lhe convém fazer filmes, mas nunca foi muito conhecida. Finalmente, em 1992, protagonizou o famoso Instinto Fatal. Quem não se lembra da tão famosa cena em que metade dos homens na sala, boquiabertos, inclinaram levemente a cabeça para a esquerda numa tentativa de ver mais além (a outra metade ainda hoje se culpa por ter esquecido os óculos em casa naquele dia)?
A partir do momento em que abriu as pernas (literalmente), Sharon Stone ficou famosa. Muito tempo se passou desde então e a sua carreira foi sempre a descer. Entrou em filmes e filmezecos, mas nenhum tão pragmático como o Instinto Fatal.
E eis que, 14 anos passados, sentindo-se ameaçada, Sharon Stone decide dar um cariz muito mais romântico à sua performance com um novo (ou antigo) passo na sua carreira. Faz o Instinto Fatal 2, abre as pernas de novo (literalmente), e cá estamos a dedicar-lhe um destaque especial desta crónica erudita…
Moral da história? Esperamos ansiosamente o Instinto Fatal 3, o 4, o 5, o 6, pelo menos até chegar ao 69 (piada fácil)…
In Azórica Nº 48, Jornal dos Açores, Edição de 15 de Abril de 2006

segunda-feira, 10 de abril de 2006

“Bate-Papo” em torno do Simplex

Os açorianos, parecendo que não, são tesos prá coisa. Há uns anos atrás a RTP/Açores “censurava” as imagens de nudez dos filmes, hoje até se pratica extorsão e prostituição de mulheres. Faz lembrar a história do “novo-rico”: nunca teve, e agora que tem ninguém o consegue aturar…

1 - Foi com grande pesar que lemos que o Tribunal da Comarca da Praia da Vitória ordenou o encerramento do estabelecimento de diversão nocturna "Bate-Papo" por suspeita de vários crimes. Ao que parece, as autoridades judiciais autorizaram o encerramento do estabelecimento com base no artigo 178 do Código Penal. Sabemos que o leitor percebeu logo o que era o artigo 178 do Código Penal, mas para os menos cultos o artigo 178 remonta a crimes como angariação de mão-de-obra ilegal, auxílio à emigração ilegal, extorsão e prostituição de mulheres.
Pelo que lemos no Jornal dos Açores, o estabelecimento foi selado segunda-feira à noite na sequência de um processo de desmantelamento de uma rede organizada envolvendo portugueses e brasileiros.
Não percebemos nada de negócios, nem de economia nem de gestão, mas os silogismos lógicos levam-nos a uma conclusão quiçá… lógica. Ora vejamos: Todo o bar precisa de clientes para se manter aberto; O "Bate-Papo" estava aberto (e aparentemente de saúde); Logo, o "Bate-Papo" tinha clientes… (Será que iam lá para matar a tão propalada depressão?!)
Os açorianos, parecendo que não, são tesos prá coisa. Há uns anos atrás a RTP/Açores “censurava” as imagens de nudez dos filmes, hoje até se pratica extorsão e prostituição de mulheres. Faz lembrar a história do “novo-rico”: nunca teve, e agora que tem ninguém o consegue aturar…

2 - Isso não há direito, tanto mais que, recentemente, foi anunciado o Simplex, um “novo paradigma" na relação entre Estado, empresas e cidadãos, que vai acabar com a era da Administração Pública vista como um "polícia da livre iniciativa individual". Quer-se dizer, fecha-se o “Bate-Papo”, assim sem mais nem menos e não se dá a oportunidade para, no imediato, se aplicar o programa, dando a possibilidade aos envolvidos de enviarem, pela Internet, claro está, um requerimento, uma petição, um qualquer pedido de desculpas para “simplificar” a situação e assim "contribuir para o crescimento da economia, melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, e acabar com a imagem do Estado distante, prepotente, arrogante e opaco – atitude que foi uma vez mais demonstrada através do fecho arbitrário do “bate-papo”…

3 - O pessoal do interior e os nossos idosos, há muito estavam à espera deste programa (tinham os computadores e não tiravam deles o máximo de rendimento… né?!). Claro que agora já não vão poder fazer sala e “bater um papo” como era habitual nas repartições públicas, ponto de encontro e local para lamentos sobre as doenças ou má sorte da vida! Mas agora já podemos marcar consultas on-line e continuar a ficar em lista de espera. Vamos poder consultar o Diário da República on-line de forma gratuita – aliás sempre foi essa a nossa leitura preferida – reduzindo-se assim o papel. Até os agricultores vão poder candidatar-se a ajudas comunitárias via Internet… em cima dos cavalos e dos tractores com os seus portáteis e sistema wireless…a preencherem os formulários da União Europeia. Os subsídios de desemprego e doença, bem como as pensões de reforma vão poder ser requeridos on-line, isto se os lesados não tiverem os braços ligados. Mas é sempre bom pedir “estas coisas” sem estarem a ver quem nós somos de verdade… não é tão vergonhoso!...
Temos, no entanto, uma crítica: porquê só 333 medidas? Será que, com um bocadinho mais de imaginação, não se poderia ter chegado às 365 medidas… uma por cada dia do ano? Assim o funcionalismo público teria os seus dias totalmente preenchidos!
O 1º ministro também anunciou a interrupção dos cursos de licenciatura com menos de 20 ingressos no 1º ano. É para gerir melhor os recursos e simplificar a vida … mas não deve ser à U.A.
In Azórica, Nº 46 , Jornal dos Açores, Edição de 08 de Abril, 2006

quarta-feira, 29 de março de 2006

Comemoração Concertada

1 - Há dias em que se comemora tudo e mais alguma coisa e outros em que não se comemora nada. Isto é uma daquelas verdades à La Palisse, não tão boa como a célebre expressão “Vivo é diferente de estar morto”.
Isto tudo a propósito do dia 21 de Março, aqui relatado na primeira pessoa de um qualquer de nós: acordei, vivo, supostamente de manhã, com sono – na altura ainda não sabia que aquele dia, entre outros, era o Dia Mundial do Sono. Ainda na cama, lembrei-me de que naquele dia também chegava a Primavera. Num salto me ergui... para ver as azáleas, ainda mais floridas, as rosas e as estrelícias a “chilrear” de alegria – isto é figurativo, reparem que também era o Dia Mundial da Poesia.
Quis cheirar as árvores da floresta, neste seu dia aussi (é Francês), olhar a sua beleza e … onde estava o sol, as flores e os canteiros do jardim?!... No primeiro dia primaveril chovia a cântaros e fazia uma tempestade tal que destruiu mesmo algumas couves do quintal (foi só para rimar, Dia da Poesia, lembram-se?). Até os pobres Romeiros, com o vendaval, valeram-se do cajado e do xaile, a fazer de vela, que lhes permitiu recuperar o caminho perdido.
Se parecia um contra-senso, no primeiro dia de Primavera chover daquela maneira, efectivamente tudo estava planeado pelo divino: nós, os poetas, não tínhamos que nos levantar, não tínhamos que falar bem da Primavera, mas lamentarmo-nos poeticamente do cinzento daquele dia e por termos que ir trabalhar quando devíamos “comemorar o sono”…
Enfim, foi um dos dias mais longos do ano: fui trabalhar com sono e à noite assisti a sessões de poesia! O meu sobrinho também quis que eu ouvisse uma “prosa” que fez, a pedido da professora: “Neste Dia Internacional para a eliminação da discriminação racial” – ah, pois, ainda havia mais - “ eu portei-me muito bem. Em vez de quatro socos, só dei um murro, pequenito, a um dos chinocas que frequenta a minha escola. Mas não tenham pena dele, porque quando for grande ele vai ter muitas lojas e restaurantes e eu vou andar por aí só a chatear e sem fazer nada. Já estou com sono, mas, antes de me deitar, ainda tenho que plantar uma árvore no meu jardim, destruído pela tempestade deste primeiro dia primaveril …de bosta. Amanhã comemora-se o dia da Água e eu aproveito esta composição para dizer que a água é muito boa… mas o vinho, p--- que o pariu!”

2 - No dia da água, efectivamente choveu muito! Meter água é o que mais se vê! E por falar nisso, em discriminação e em Primavera - altura em que os carrapatos começam a mostrar-se - atente, o leitor, numa notícia avançada pelo DN: os portugueses ficaram a saber que a Direcção-Geral dos Impostos (DGCI) deixou caducar uma alegada dívida de IRS superior a € 740 mil ao contribuinte António Carrapatoso. Ao que parece, o António, coitado, é empresário. É presidente de uma pequena empresa que até alguns podem conhecer… chama-se Vodafone Portugal. O nome realmente é familiar, não é?
A dívida diz respeito a rendimentos auferidos em 2000 e, segundo o DN, “teria de ser notificada ao contribuinte até 31 de Dezembro de 2004. Mas não foi isso que aconteceu: a liquidação só foi feita em 2005, fora do prazo legal”.
Agora, pouco ou nada há a fazer de forma a recuperar a dívida. A situação fiscal do Carrapatoso está em ordem …uma maravilha.
Ficamos felizes pelo António! A sério! Pobre do homem. Ele é trabalhador, humilde e pobre… de certeza que esses € 740 mil ficam melhores no bolso dele do que nos bolsos do Estado que está cheio de dinheiro e é muito gastador.
É mesmo típico do Governo, andar atrás dos trabalhadores.
Numa história não relacionada, um de nós foi chamado às Finanças no ano passado para pagar “com urgência” uma dívida ao fisco de 7,41 euros. A penalização pelo não pagamento desta dívida era cadeia…
In Azórica, nº 45, Jornal dos Açores, Edição de 25 de Março de 2006

segunda-feira, 20 de março de 2006

Uma fábula moderna

Baduel Franguinho na qualidade de porta-voz dos galináceos e aves em geral, dirigia-se frequentemente à ordem dos veterinários a fim de protestar contra a discriminação que estavam a ser alvo.“Quer-se dizer, os humanos apanham uma “constipaçãozita” e vão logo com urgência para o hospital, nós constipamo-nos e vamos logo com urgência para o matadouro!", dizia ele.
1 - Baduel Franguinho - sempre se chamou assim, mesmo antes de lhe ter sido diagnosticada uma forte gripe -, na qualidade de porta-voz dos galináceos e aves em geral, dirigia-se frequentemente à ordem dos veterinários a fim de protestar contra a discriminação que estavam a ser alvo.
Durante muito tempo tinha sido treinador de guarda-redes: treinou o Ricardo e o próprio Baia, ambos conceituados “frangueiros”, que só não põem ovos porque os calções que usam costumam ser apertados. Como gostava de galinheiros, Baduel também chegou a ser piloto da SATA. Agora, desempregado e doente, ninguém o queria…
Tantos animais no mundo e tinham que ser as aves, as principais vítimas desta terrível doença, elas que nem têm narizes e que têm apenas na boca um dente chamado bico com uns orifícios pequeninos…
“Isto está mal!”, dizia ele a uma vaca. “Quer-se dizer, os humanos apanham uma “constipaçãozita” e vão logo com urgência para o hospital, nós constipamo-nos e vamos logo com urgência para o matadouro! É pá, estamos constipados…né?! Metam-nos mebocaína na ração!” E continuava, “o que eles estão a fazer é perseguição, é galofobia… é galinicismo, um racismo contra as galinhas que já vem de há muito tempo atrás.”
A vaca nada disse, pois não queria lembrar-se da época em que toda a gente a considerava louca, ao ponto de ficarem deprimidas, todas malhadas e a tremer só com o medo de também terem que ser abatidas.

2 - Baduel Franguinho tinha razões para este descontentamento. Reparem nos seus mais profundos sentimentos reprimidos: “os humanos, inclusive, invadem a nossa privacidade… abrem o nosso armazém quando bem lhes apetece e depois metem o dedo no rabo das minhas galinhas para ver se têm ovos. Isso é assédio, é uma grande violação …do segredo de justiça. Para nós, isso é pior do que fazer caricaturas do nosso Deus Galomé! E a nós, ninguém nos vê na rua a queimar bandeiras!”
Para já não falar na humilhação que sentia quando, frequentemente, via as suas galinhas na Xurrex com as pernas abertas, todas escancaradas… para outros as comerem! “Isso não se faz, pá!”
Baduel não conhecia o “gajo” de que tanto falavam… o H5N1! Sobre a gripe, apenas tinha a dizer que os aviários não eram propriamente hotéis de 5 estrelas, havia sempre uma aragem e, já se sabe, o “galinhoal” constipava-se!

3 - Junto do veterinário sempre ia dizendo: “Andam para aí outros animais…hipopótamos, girafas … disfarçados com umas gabardinas e com doenças super-contagiosas e vocês não ligam”. Quando o veterinário lhe disse que nunca viu assim nenhum desses animais, Baduel respondeu “Pois é! Lá está! Estão bem disfarçados!”
Estava triste e revoltado. Sempre havia tido cuidado no contacto com as outras aves, até o sexo era seguro: “tenho sempre as redes de protecção à volta do aviário”, fazia questão de ressalvar. Só tinha receio de um encontro casual que havia tido com uma avestruz vinda de parte incerta. “Aquela avestruz tinha cá umas pernas!”, lembrava ele. “Veio para cá de férias, trouxe o namorado, o ganso dela…eu apaixonei-me, deu-me os calores, afoguei o ganso dela e depois afoguei o meu”.
Mas o que ele vinha mesmo dizer é que a alteração das penas não pode ser entendida como uma das formas de manifestação da doença: “Sr. Veterinário, os suspeitos da Casa Pia, primeiro estavam todos presos, agora já não, as suas penas estão sempre a ser alteradas e eles não estão infectados…ou será que estão?!” Era um argumento forte!

P.S. – Pedimos desculpa aos nossos leitores pelo conteúdo “fabuloso”, um tanto naive, deste artigo, mas neste momento estamos muito ocupados a preparar uma OPA qualquer…
In Azórica nº 44, Jornal dos açores, Edição de 18 de março de 2006

quinta-feira, 16 de março de 2006

Estes pintaínhos têm cá uma piada



(Clicar na img)

Novo verbo (conjugar no presente do indicativo)

Eu OPO
Tu OPAS
Ele OPA
Nós OPAMOS
Vós OPAIS
Eles OPAM... como o caraças!

El Greco

terça-feira, 14 de março de 2006

VII El Açor - Momentos II

Nos Bastidores, antes de entrar em cena a História Açoriana do "Julieu e Romieta"... começava assim:

Belas donzelas e nobres cavalheiros que aqui estais neste lugar. Por certo conhecereis a história de que vos vou falar, a mais bela história de amor que este mundo conheceu… a História da trágica paixão de Romieta e Julieu…

Tudo se passou em terras distantes, entre famílias inimigas… um amor proibido e impossível, florescera entre enredos e brigas… escaldante o sexo em banhos de jaccuzzi com flores… uma história em tudo semelhante a uma outra que se passou nos Açores…
Aqui, duas famílias desavindas e com um ódio mortal: ela uma verdadeira tentação … uma Pamplona…da Terceira, a ilha da depressão… e ele de S. Miguel, um Bensaúde comercial … filhos apaixonados que se separam no final…

Julieu, Romieta, o fiel escudeiro João P. e o Narrador (clicar na img)

VII El Açor - Momentos I

Nos bastidores, antes do grande momento de fado que teve o patrocínio do Ministério dos Negócios Estrangeiros Português. O Prof. Freitas do Amaral, como forma de combater os ódios, as divisões, a intolerância e evitar, a todo o custo, uma guerra de civilizações, teve a excelente ideia de promover uma aproximação dos povos através do fado. Tivemos fadistas de vários continentes, de vários costumes… de vários credos…



Do Continente Africano veio Joaquim Savimbi, do Continente Americano/Brasil, Jarson Bagodinho e do Médio Oriente, Mohamed Al Sacani… Foram eles que deram voz ao Fado civilizacional, acompanhados à viola pelo guitarrista local José António. Aqui fica a letra para a posteridade:

(clicar na img)


1 - Fui dançar uma quizombada
Comi uma cachupa com o dedo
Chegou um leão para mim
Tens uma juba que mete medo

Temos cólera, diamante
Pobreza e marfim
Temos Mantorra e uma coisa que é assim…

Temos coqueiro e bananal
E Angola no Mundial
Que no 1º jogo vai perder com Portugal

2 - Vim do Brasiú para cá
Uelele…uelelá
Fazer uma igreja univerrsau
Uelele…uelelau

Vim jogar um futebol
P’ra essa terra que não tem sol
Uelele…uelele…uelelol

Tenho saudade do “Carnavau”
De bundinha e fio “dentau”
E o que eu quero é uelele…uelelau

3 - Achrramalac….. não achar piada
Achrramalé….. caricaturas Maomé
Achrramalác….. fogo à embaixada
Achrramali….. cortar o pé

Oxerrmalec matar infiel…….
Oxerrmalac ir pró céu
Oxerrmalir homem bomba explodir

achrramalal … achrramalal
setenta virgens …pró Freitas Amaral
achrramalão caricaturas é que não

(música do Fado do Estudante do Vasco Santana no filme “Canção de Lisboa”)

VII El AÇOR - 2006

Mais uma vez o Coliseu Micaelense foi o palco do grande festival. Nos dois dias ( 10 e 11 de Março) a casa esteve cheia para assistir a um grande espectáculo de brilho, luz, côr e humor proporcionado pelos Tunalhos... ( as Tunas, também ajudaram... um pouco).
Destaques
No 1º dia: o momento cultural do ano no Coliseu (a trilogia de Tchaikovsky: "A Bela adormecida no Lago dos Cisnes a quebrar nozes"; Açores Capital da Cultura - 2010; Lançamento da cadeia de Fast food "Mac' Nalhos"; Crazy Kill - banda de metal; Máquina de ler o pensamento/Interactivo com público
No 2º dia: Entrevista com o poeta Análio Brum; Fado Civilizacional; Comunicado de imprensa do Magnífico Reitor/Limiano; Missão (Im)possível/Interactivo com público; História Açoriana de Julieu e Romieta;

segunda-feira, 13 de março de 2006

Os eufemismos da vida

Os eufemismos são casos notáveis da língua portuguesa. São, por assim dizer, uma forma de tornar mais suave, mais bonita, ou mais importante, coisas que não o são. Por exemplo, um "trolha" eufemisticamente pode ser chamado de "mestre-de-obras", um "taxista" transforma-se num "condutor de praça"... Qualquer dia os "repatriados" passarão a chamar-se "técnicos de esfaqueamento e deglutição de álcool e tabaco cravados".

1- Os eufemismos são casos notáveis da língua portuguesa. São, por assim dizer, uma forma de tornar mais suave, mais bonita, ou mais importante, coisas que não o são. Existem três tipos de eufemismos (esta já é a parte em que estamos a inventar): os eufemismos de suavização, os de embelezamento e os de promoção.
Mas, melhor do que estar a tentar explicar é dar alguns exemplos.

1.1- Assim, temos em primeiro lugar os eufemismos de suavização. São casos em que se procura suavizar algo muito mau, tipo: o médico, apercebendo-se que o paciente tem uma doença mortal, pode dizer "Olha pá, lixaste o fígado todo por causa do tinto, por isso encomenda o caixão que vais morrer", ou então, podia utilizar este tipo de eufemismo, o que resultaria da seguinte forma: "Meu caro, temo que as quantidades de álcool que foi ingerindo ao longo da sua vida lhe alteraram a funcionalidade hepática e isso irá conduzi-lo a um estado em que o seu coração parará" - muito mais suave!

1.2- O segundo tipo, os de embelezamento, surge, por exemplo, quando uma pessoa vai ao cinema ver um filme foleiro (ou seja, do Joaquim de Almeida) e diz "Esta película não me fez sorrir e, por conseguinte, parece-me pertinente compará-la a uma pilha de dejectos de bovino", em vez do usual "Este filme não teve piada nenhuma. É uma boa bosta!" - muito mais bonito.

1.3- Finalmente, os de promoção, são aqueles eufemismos em que se promove uma pessoa, um emprego, ou outra coisa qualquer. Por exemplo, um "trolha" eufemisticamente pode ser chamado de "mestre-de-obras", um "taxista" transforma-se num "condutor de praça", um "polícia" é agora um "agente da segurança e da autoridade"... Qualquer dia os "repatriados" passarão a chamar-se "técnicos de esfaqueamento e deglutição de álcool e tabaco cravados". Pior, pior, só mesmo se um dia destes começarem a chamar aos Tunalhos actores ou cronistas.

2- Depois desta lição, os leitores facilmente aplicarão os eufemismos a quase tudo nas suas vidas, incluindo mesmo nos ditados populares. Por exemplo, em vez de “Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és”, poder-se-ia dizer “Expõe-me com quem deambulas e a tua idiossincrasia augurarei”.
Conhecem o “Mais vale um pássaro na mão, que dois a voar”. Não ficaria melhor se fosse “Espécime avícola na cavidade metacárpica supera os congéneres revolteando em duplicado”. Pois, também achamos que sim.
E que tal “Descendente de espécime piscícola sabe locomover-se em líquido inorgânico”, que é como quem diz “Filho de peixe sabe nadar”? Ficava giro, não ficava? Ou até, para concluir, “Quem movimenta os músculos supra faciais mais longe do primeiro, movimenta-os substancialmente em condições excepcionais”, que é o mesmo que dizer “Quem ri por último ri melhor”…
E é assim a vida!
In Azórica nº 43, Jornal dos Açores, Edição de 11 de Março, 2006

segunda-feira, 6 de março de 2006

Tunalhos renascem em Março de cada ano

Os Tunalhos estiveram mais uma vez na Terceira na apresentação do IV Olé Tunas, Festival organizado pela Tuna Académica da Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo (TAESEAH) que decorreu no Teatro Angrense neste último fim-de-semana (3 e 4 Mar).
UÉ pá!Será que a "Foto Gabriel" cobriu, salvo seja, a nossa actuação? Assim como faz para os casamentos e toiradas?
Durante esta semana os Tunalhos vão a banhos e massagens para as furnas, a fim de se recomporem, já que no próximo fim-de-semana vão estar no Coliseu Micaelense para apresentar o VII El Açor!
Fartamo-nos de ganhar dinheiro!

Estudos, projectos e esquecimentos

Muitos estudos se fazem por esse mundo fora. Sabiam que um estudo revelou que sexo a dois é 400% melhor do que masturbação. Agora, a nossa pergunta é: foi mesmo preciso fazer-se um estudo internacional de milhões de euros para se chegar a esta conclusão? Se nos tivessem perguntado de vez, tínhamos explicado os “pássaros e as abelhas” aos senhores cientistas e ainda poupavam uns trocos…

1- É verdade, isto hoje em dia fazem-se estudos para tudo e para nada. Num estudo publicado na "New Scientist", foi revelado que sexo a dois é 400% melhor do que masturbação, pelo menos em termos de prolactina. Cientistas da Universidade de Paisley, na Grã-Bretanha, e do Instituto Federal de Tecnologia em Zurique, Suíça, pesquisaram os níveis de prolactina, uma hormona libertada na corrente sanguínea de homens e mulheres depois do orgasmo.
Agora, a nossa pergunta é: foi mesmo preciso fazer-se um estudo internacional de milhões de euros para se chegar a esta conclusão? Se nos tivessem perguntado de vez, tínhamos explicado os “pássaros e as abelhas” aos senhores cientistas e ainda poupavam uns trocos…
Mas o mais interessante não é o resultado, são as experiências. É que o orgasmo de voluntários foi testado a partir de exibição de filmes eróticos, seguindo-se a masturbação ou o sexo no laboratório. Entre os voluntários que tiveram sexo, o nível de prolactina foi 400 vezes maior em ambos os sexos do que naqueles voluntários que se masturbaram.
Para os cientistas, isto explica porque é que o sexo é mais satisfatório que a masturbação. Para nós, explica porque é que os cientistas não têm muita sorte com as senhoras. Se precisam de fazer um estudo para saber se sexo a dois é melhor do que sexo a um, é porque qualquer coisa está mal…

2- Outro estudo publicado na revista especializada de urologia BJU International refere ainda que, aos 50, os homens parecem ter vidas sexuais mais felizes do que aos 30. Pudera, um homem com 50 que consegue ter sexo é natural que fique feliz, não é?
E mais, de acordo com a pesquisadora Sophie Fossa, do Rikshospitalet-Radiumhospitalet Trust em Oslo, "os resultados mostram uma grande correlação entre o envelhecimento dos homens e a função sexual reduzida, mas não entre idade e satisfação sexual". Maravilha. Chateiam-se menos as mulheres e tem-se a mesma satisfação, uma espécie de dois em um.
3- E por falar em estudos, parece que a Câmara de Ponta Delgada se “esqueceu” de apresentar ao Executivo o projecto das obras que está a executar em frente ao Teatro Micaelense para a construção de um parque de estacionamento subterrâneo.
Parece que a lei assim o exigia, já que o Teatro Micaelense, sendo imóvel de interesse público, goza de uma área de protecção de 50 metros. Parece que a realização das obras obrigava a um despacho favorável da entidade competente na matéria, a Direcção Regional da Cultura.
Parece que o governo não tinha conhecimento das intenções da Câmara em executar aquela obra ou que a mesma já tinha iniciado e, como tal, não podia, nem tinha que se antecipar a lembrar a Câmara para o eventual “esquecimento”.
Parece que isto não tem nada a ver com guerras partidárias ou de poder, porque quem nos governa é sempre para o nosso bem, havendo sempre boa comunicação e comunhão solidária e institucional entre os poderes (regional e municipal). Parece que no meio disto tudo quem se lixa é o mexilhão… O que “parece” não tem obviamente de o ser… mas que “parece” que “é”… parece mesmo! E a vocês… o que vos parece?
In Azórica Nº 42, Jornal dos Açores, Edição de 04 de Março de 2006

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2006

Brincadeiras de Carnaval

Se o Natal é quando um homem quiser, no nosso país o Carnaval é todos os dias, mesmo que a gente não queira. Senão, vejamos só a título de exemplo: um deputado do PSD, eleito pelo círculo do Porto, foi interceptado na auto-estrada, a circular a mais de 200 km/h. Mas no meio de tanto azar, assim como que por… “sorte?”, os seus processos têm sido arquivados.

1 - Se o Natal é quando um homem quiser, no nosso país o Carnaval é todos os dias, mesmo que a gente não queira. Senão, vejamos só a título de exemplo: um deputado do PSD, eleito pelo círculo do Porto, foi interceptado na auto-estrada, a circular a mais de 200 km/h. O auto está no Governo Civil de Coimbra, tendo o deputado feito um pedido especial no sentido de lhe ser perdoada a apreensão da carta de condução. Acontece que o “deputado voador”, – “ se voa em rectas” deve ser uma ave rara, daquelas a quem o vírus H5N1 gostaria de entrar pelo recto - tem um historial de infracções graves e muito graves, dignas de (des)respeito, tendo já sido autuado inúmeras vezes. Mas no meio de tanto azar, assim como que por… “sorte?”, os processos têm sido arquivados, por “decisões de prescrição”, por parte das várias instâncias responsáveis.
O deputado reconheceu que, às vezes, ultrapassa os limites de velocidade, para cumprir os horários. “Não é como os outros deputados que não chegam a horas às reuniões". Ouviram bem?! Portanto, povo, afinal, nós não temos que sair cedo e com calma para ir para o trabalho, o importante é chegar lá, nem que seja a abrir, pondo em risco a vida dos outros e em transgressão ao código da estrada.
Pronto, aceitemos até que haja algum perdão porque as multas são pesadas e o pobre do homem deve ganhar pouco! Mas se é assim, nós também gostaríamos de ver arquivadas as nossas multitas pelo facto do nosso carrito estar PARADO no parquímetro, sem perigo para ninguém – por motivo de trabalho, não havia outro estacionamento e a moedita não chegou para o dia todo…
2 - Fátima Felgueiras, enquanto andava fugida da justiça portuguesa, ao longo de 2004, recebeu uma pensão mensal de 3449 euros do Estado Português. Agora percebemos porque é que ela foi em peregrinação a Fátima!... Não foi por causa da sua vitória nas autárquicas, mas sim para agradecer à Senhora a existência de um estado e de uma justiça assim tão bons, tão piedosos e tão argh!

3 – Agora sem brincadeira, o Governo Regional fez uma proposta de lei que prevê a aplicação de multas a quem utilizar, com objectivos comerciais e sem a sua autorização prévia, os símbolos da Região: a veneração e o respeito assim o obrigam. Quanto à bandeira, o problema só poderá vir do Islão! Relativamente ao Hino, pois podemos todos estar descansados: o hino regional, que respeitamos, não é propriamente uma obra-prima da música e aqueles, poucos, que o conhecem certamente não o vão ver como uma boa opção para fins publicitários ou para suscitar vendas, quaisquer que elas sejam. É assim um pouco como nós (Tunalhos), respeitamo-nos e respeitamos os nossos pais que nos criaram, mas a sua criação (nós) não é propriamente uma coisa bonita. Claro que tudo mudava de figura se fosse o Hino do Senhor Santo Cristo, - o 1º lugar no top da música sacro-profana regional - esse sim, entra facilmente no ouvido – que remédio – e como tal, é muito vendável!
Mas esta proposta de lei é clara, não precisa de nenhuma sociedade anónima e vai ao encontro da “coesão” destas nossas “ilhas de valor”… que, afinal, são todas (mesmo aquelas que são vistas sem valor nenhum). Portanto, todas as nove ilhas são ” ilhas de valor”, mas nem todas são do “ fundo de coesão”, sendo que algumas que eram do fundo de coesão, já não o são… nem estão nas prioridades das “ilhas de valor”. Pronto, se o nosso governo soubesse explicar, assim tão bem como nós, ninguém ficava confuso!

P. S. Ontem teve lugar o 1º baile do Coliseu deste ano… aquela grande concentração de pinguins! Parece que este ano havia mais espaço. Conseguiam mexer os olhos e coçar-se sem ajuda uns dos outros!
In Azórica Nº 41, Jornal dos Açores, Edição de 25 de Fevereiro de 2006

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006

J.C. em dia de amigos















Vá lá, está na hora de fechar!... Já estou farta de limpar migalhas de pão no chão!

sábado, 18 de fevereiro de 2006

O S. Valentim, uma caricatura de mau gosto

Por cá, todos nós conhecemos os rituais típicos desta comemoração, os jantares, as jóias, os postais, os peluches, o banco de jardim e as flores … roubadas no jardim. Mas já imaginaram como seria se um casal emigrado, assim por exemplo do Irão, vivesse entre nós e decidisse celebrar também o Dia de São Valentim?





1 - Depois dos dias dos Amigos e Amigas, caracterizados por um onanismo(1) angustiante e por inevitáveis gastos extra - porque para um bom forrobodó nem se olha a despesas -, eis que chegou o Dia dos Namorados para acabar de vez com o nosso orçamento e, - vá lá, menos mal -, para dar alento à nossa insustentável leveza do ser através da consumação de um “bom acto de amor(2).
O Dia dos Namorados é uma tradição ocidental. Sabemos disso porque ontem lemos a notícia de que, na Índia, manifestantes gritaram palavras de ordem e queimaram cartões românticos, em protesto contra o Dia de São Valentim, que consideram uma festividade ocidental. Já no mundo Islão o dia passou despercebido, mas não conseguimos saber porquê. Pois, por lá, o sentimento romântico é muito comum … com o sangue e a luta por ideais até à morte.
Mas por cá, todos nós conhecemos os rituais típicos desta comemoração, os jantares, as jóias, os postais, os peluches, o banco de jardim e as flores … roubadas no jardim - uma rosa a três euros com mais um euro por cada espinho extra não é para a carteira de todos! Muitos fizeram fila e compraram ramos enormes e caríssimos (por graxa, mentira, amor ou sexo). No dia seguinte muitas das casas, logo pela manhã, até cheiravam a rosas, se bem que à noite o cheiro já era a peixe frito ou mesmo a “arroz queimado”…

2 - Mas já imaginaram como seria se um casal emigrado, assim por exemplo do Irão, vivesse entre nós e decidisse celebrar também o Dia de São Valentim?
"Querido, por favor, tu estragas-me com mimos...", dizia-lhe a Sayid Mikha'iil, de manhã, ao ver o saco de pedras que ele lhe deixara como presente, para lhe atirar caso ela lhe fosse infiel. Reminiscências de outros tempos, de outras culturas…
“Então querida, hoje é o Dia dos Namorados, é desta que vais tirar o teu "hijab" para nos conhecermos melhor?”, retorquiu o Ashmallah Ibrahiim, apaixonado. “Só faço amor contigo se tirares essa burca”, reforçou.
Ela finalmente cedeu. Afinal estavam casados há 28 anos, talvez já fosse altura do Ashmallah lhe ver a cara e as curvas.
Ele agradeceu por Sayid ter finalmente tirado a burca e os dois entrelaçaram-se numa longa noite de amor. Várias vezes, durante o acto, ele, que se havia tornado agnóstico, chamou por Deus – não sabemos qual. Ela não, embora tivesse gemido lá de vez em quando.
O único inconveniente era quando tinham que mudar de posição, já que ele não a conseguia agarrar muito bem. “Ah Sayid, havias de ver como era se não me tivessem cortado as mãos por eu ter roubado aquele amendoim quando era criança”, pensava Ashmallah, apesar de tudo, extasiado.
No final, Sayid Mikha'iil virou-se para Meca e agradeceu ao profeta – não sabemos qual - por viver no Ocidente e não lhe terem feito qualquer tipo de mutilação genital... É que senão a noite tinha sido uma seca desgraçada.

3 – Recentemente também se têm comemorado muitos dias de Choque Civilizacional. Mas nós já estamos fartos destes dias especiais, uns caracterizados pelo consumismo desenfreado e pelo capitalismo selvagem, outros provocados por caricaturas de “bom gosto”, porque este mundo merece ser cartoonizado, de tanto dividido, “licencioso” e intolerante. Nós até propúnhamos umas tréguas… através do humor! Não, isto não é para rir, é muito sério… acreditamos que o humor poderá trazer a paz ao mundo! Só não sabemos é se há condições… no actual contexto!

Mini-dicionário:
1 - “Bom acto de amor” – Bom sexo; boa queca.
2 - “Onanismo”- Perturbação sexual, com satisfação anómala do prazer sexual, conduzindo à masturbação; uma espécie de coito incompleto (que nem começou).

In Azórica Nº 40, Jornal dos Açores, Edição de 18 de fevereiro de 2006

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

O Dia Seguinte

Foi uma longa noite de amor. Ele agradeceu por ela ter tirado finalmente a burca. Várias vezes, durante o acto, ele, ateu, chamou por Deus. Ela não, embora tivesse gemido! No final, ela virou-se para Meca e agradeceu ao profeta por viver no Ocidente e não lhe terem feito qualquer tipo de mutilação genital...
El Greco

terça-feira, 14 de fevereiro de 2006

Última tentativa

Só faço amor contigo se tirares essa burca! Sim, eu prometo que não faço nenhuma caricatura!

El Greco

Choque caricatural II - Free Press















Christo Komarnitsk, Sofia, Bulgária

Choque caricatural - Ah, pois é!















Petar Pismestrovic, Kleine Zeitung, Austria (clicar na img para aumentar)

Só podem mesmo estar a rir de nós!













Signe Wilkinson, Pennsylvania, The Philadelphia Daily News,

http://cagle.com

Choque amoroso - Especial Dia dos Namorados

"Querido, por favor, não me tragas mais prendas... "

Dizia-me a Maria, de manhã, ao ver as duas prendas que lhe tinha deixado: a meia suja ao lado da cama e a perfumada cueca no meio da casa de banho!

El Greco

Choque de civilizações II - Especial Dia dos Namorados

Então querida, é hoje que vais tirar o teu "hijab" para nos conhecermos melhor?

El Greco

Choque civilizacional I

Humor com humor se paga! Vai ser um holocausto de humor!...

El Greco

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

O Abraão é que devia ter sido

A nossa reflexão leva-nos a pensar no porquê da escolha desse profeta, por parte do cartonista, que, pronto…respeitamos, mas discordamos! Porque não um Buda ou uma Shiva, que pelas características físicas e respectivas “posições” sempre eram mais apetecíveis para caricaturar?
1- Se há coisa que os Tunalhos prezam é o respeito pelas crenças, valores e sensibilidades de todos, incluindo dos mais ortodoxos que não partilham os nossos princípios - nem os nossos fins “apocalípticos” (aquela cena do bombista suicida, enfim, não é propriamente um “sonho de morte”).
Isto vem a propósito das caricaturas de… mau mé – assim escrito deve passar despercebido, somos mesmo espertos - tema “quente de embaixadas”, às vezes explosivo, que está a dominar as notícias em todo o mundo e que, a nosso ver, não merece tanto impacto, já que desvia a atenção de um outro assunto muito mais importante que é o facto do DVD da Escolinha de Música manter a liderança da tabela de vendas há mais de duas semanas.
A nossa reflexão leva-nos a pensar no porquê da escolha desse profeta, por parte do cartoonista, que, pronto…respeitamos, mas discordamos! Porque não um Buda ou uma Shiva, que pelas características físicas e respectivas “posições” sempre eram mais apetecíveis para caricaturar? Não, o autor queria deliberadamente atacar o Islão! Se ele quisesse ser imparcial teria optado – e muito bem – por Abraão que, para quem não sabe, é o profeta-mor, o que está na origem das três grandes religiões monoteístas (cristã, muçulmana e hebraica). Assim, todos iriam perceber que não estava a atacar ninguém em particular, não discriminava nenhuma dessas religiões. Seria um artista “descrente”, coerente e íntegro, um homem com H grande… um Herege universal. Sim, o velho profeta era o ideal! Como é que ele gerou filhos já numa idade tão avançada? Foi Deus?!... Deve ter sido a partir dai que surgiu a expressão “Ah, ‘abrão dum ‘araças!

2 – Do ponto de vista económico esperam-se profundas alterações. Por exemplo, os talibãs – respeitadores dos símbolos, da liberdade, da vida e da cultura… lembram-se?! Eles foram os amigos das estátuas antiquíssimas do Buda no Afeganistão!... - oferecerem 100 Kg de ouro a quem matar o autor das caricaturas e cinco quilos de ouro a quem matar um soldado dinamarquês, norueguês ou alemão. Graças a Maomé, nenhum Português! A posição tomada pelo nosso Ministro dos Negócios Estrangeiros, - que, como sabem, viaja muito por embaixadas - revelou força e determinação, não se intimidando contra os intolerantes cartoonistas ocidentais. Aliás, o Sr. Freitas, neste Carnaval, assim só para reinar, vai vestido com um turbante na cabeça, enrolado em bandeiras ocidentais, um colete cheio de bombinhas e um isqueiro. Já agora, lembramos o Sr. Ministro - enfim se estiver interessado - que o número de candidatos aos atentados suicidas aumentou desde o caso das caricaturas.
Prevê-se também um crescimento fantástico na construção … de novas embaixadas e, claro, na exportação de bandeiras dos países europeus – a China é quem vai beneficiar, neste último caso, podendo as bandeiras ir com um pequeno defeito, porque afinal são mesmo para queimar, que isso de símbolos importantes só mesmo os sagrados…

3 – Por cá, os homens já podem respirar de alívio. Aquele dia do ano em que elas se portam como eles já se foi… para descanso deles. Deixa-nos a todos com aquele desejo que o Dia das Amigas fosse como o Natal, “quando o homem quiser”…
Nós devemos confessar que ficámos um pouco desiludidos com o nosso dia de amigos. O “strip”não foi mau, todavia, ao entrarmos no bar, constatámos que aquela mais parecia a “Noite Gay” do que propriamente o Dia dos Amigos. Definitivamente, 12 pénis por m2 não é a nossa ideia de noite ideal. Mas as Amigas. Isso sim, no Coliseu… a arruinar a restauração da cidade!

P.S. - "Portugal lamenta e discorda da publicação” … o tanas! Sr. Ministro, permita-nos a liberdade de pedir desculpa por esta posição pusilânime!
In Azórica nº 39, Jornal dos Açores, Edição de 11 de Fevereiro de 2006

domingo, 5 de fevereiro de 2006

Neve, tradição e sexo

Esta semana, aqui nas ilhas, tivemos o tradicional Dia dos Amigos. Este é um dia especial porque é dos poucos em que saímos de casa com a sensação de que as nossas mulheres não vão ficar chateadas por irmos ver um striptease. Claro, que isto acontece porque elas também já estão a pensar nos Adónis que vão ver na próxima semana.

1 - Estávamos com alguma dificuldade em escolher um assunto importante para iniciar a nossa crónica de hoje - deu-nos uma espécie de branca - e foi aí que nos lembrámos do grande divertimento do fim-de-semana passado. Foi bonito e insólito ver o país todo vestido de branco, ao ponto de, por momentos, nos equipararmos aos países nórdicos – que, como sabem, só são desenvolvidos por causa da neve. Na verdade, o efeito da neve, provoca um não-sei-quê de extraordinário, que todos ficam felizes e com o moral levantado – só isso, porque o frio não deixa levantar tudo, né?! A euforia foi tanta que é muito provável que esse entusiasmo se tenha reflectido nos índices de produtividade e no PIB do país, ainda para mais num Domingo…
Aqui nas ilhas, exceptuando o sumptuoso Pico, no qual pudemos avistar uma coroa de neve, branco, branco… só mesmo o leite, mas sem mais cotas! Caramba, as nossas vacas dão mesmo assim tantos litros de leite ou os nossos lavradores é que não sabem fazer contas? As cotas estão sempre a ser ultrapassadas! Mas isto dá para entender?!...

2 – Esta semana, aqui nas ilhas, tivemos o tradicional Dia dos Amigos. Este é um dia especial porque é dos poucos em que saímos de casa com a sensação de que as nossas mulheres não vão ficar chateadas por irmos ver um striptease. Claro, que isto acontece porque elas também já estão a pensar nos Adónis que vão ver na próxima semana. Já a nossa saída para “Cantar às Estrelas” foi mais difícil. “Cantar às Estrelas?! Estás a querer dar-me música? Mas onde é que vais de verdade?”, perguntam elas, assim com um ar meio desconfiado.
Mas de todos estes festejos carnavalescos, somos de opinião que o Dia das Amigas é o mais importante. É a concretização ambicionada da verdadeira igualdade entre os sexos. Para muitas mulheres é a comemoração da vida que não têm, sendo o único dia - e diga-se de passagem mais que suficiente, porque às vezes elas não se controlam, ficam desavergonhadas e isso também não é bonito -, em que saem de casa para a "night" sem o marido. Isso quer dizer que é a única noite em que o marido não as ouve dizer “tira os pêlos do lavatório e limpa o selo da sanita”, o que também é um descanso para a alma. O difícil é ir buscar a cerveja ao frigorífico… mas pronto, aguenta-se!

3 - O BE apresentou um diploma que defende o casamento dos homossexuais, invocando a Constituição que proíbe qualquer discriminação com base na orientação sexual. O secretário-geral da JS, também vai apresentar um projecto de lei no mesmo sentido. Por sua vez, dá-se a primeira tentativa de casamento homossexual entre duas mulheres em Portugal. Pois está tudo muito bem! Mas já agora digam-nos lá uma ou duas coisas: para quando um diploma que defenda a implementação da poligamia entre os heterossexuais como outra forma, quiçá mais profícua, de constituir família? Para quando uma política que defenda a institucionalização e a prática alargada do swing entre os casais como norma de utilidade pública? Como se sabe, o swing ou a troca de casais é um relacionamento sexual entre dois casais estáveis e amorosos…
Isto tudo porque está provado cientificamente que as hormonas determinam o fim da paixão: se no início de uma relação é abundante a neurotrofina, a substância que provoca o desejo – o(a) leitor(a) não se surpreenda com os nossos conhecimentos -, com o passar do tempo a sua quantidade diminui, sendo substituída pela oxitocina, que consolida os sentimentos mais duradouros de amor e de compromisso, deixando de lado a vontade de …coisa e tal! Nós sabíamos que deveria haver uma explicação científica qualquer!

In Azórica Nº38, Jornal dos Açores, Edição de 04 de Fevereiro de 2006

  © Blogger template 'Grease' by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP